ENEM 2015

A vontade de vencer motiva candidato a tentar ingresso no ensino superior

O candidato Fábio Alexandre Rosa, de 42 anos, voltou a investir nos estudos para passar no Enem após sofrer um acidente automobilístico e passar sete anos de tratamento para voltar a andar

Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informam que maior parte dos inscritos no Maranhão para fazer o Exame Nacional do Ensino Médio, prova que dá acesso aos cursos em Universidades Federais, são adultos com mais de 21 anos. A porcentagem de inscritos nesse segmento chega a ultrapassar os 45% do total.

As pessoas que estão há mais tempo fora de sala de aula, com mais de 30 anos, também vão concorrer a uma vaga. Nesse perfil, um total de 34.448 candidatos residentes no estado deverão fazer a prova. Entre eles, o Fábio Alexandre Rosa, de 42 anos.
Superação
Fábio resolveu dar uma virada na vida. Há nove anos, ele sofreu um acidente que deixou sequelas graves, que o impediram de continuar na profissão de avaliador de veículos. Junto com a impossibilidade de trabalhar, vieram também as dificuldades financeiras, já que os rendimentos diminuíram bastante. “Na realidade, eu não posso exercer a profissão que eu exercia há mais de 20 anos. Ficou complicado para mim. Tenho formação em mecânica de automóveis, eletroeletrônica, sempre desenvolvi trabalho com veículos. Mas com o afastamento pelo INSS caiu a renda, ganho ¼ do que eu ganhava, aí eu optei por cuidar da minha filha e agora ela está com 4 anos, a gente já consegue ter um tempo mais livre e precisa melhorar a renda”, disse.
Foi aí que, depois de terminado um tratamento para melhorar as sequelas do acidente, que também o deixaram impedido de andar por quase sete anos, Fábio Rosa decidiu que voltaria a estudar, já que não conseguiria voltar a trabalhar na profissão a qual ele tem formação e experiência. “Eu tenho algumas crises. Fico alguns dias na cama, fiz algumas cirurgias e eu tive uma lesão nervosa. Fiz sete anos de tratamento para voltar a andar. É difícil você ficar trabalhando em uma empresa nessa situação. É difícil a empresa manter um funcionário assim. Eu trabalhava me deslocando bastante, trabalhava com avaliação de veículos e não dá mais para fazer isso. Na minha profissão, não tem como me enquadrar em uma empresa novamente”, pontuou.
A rotina do Fábio Rosa, apesar de não trabalhar fora, é bastante puxada. É pai de uma menina de 4 anos, cuida da casa, é esposo e estudante. Mesmo com períodos de crises de dores crônicas, nos quais ele fica acamado, há três meses, diariamente, ele acorda às 5h da manhã para estudar, depois levar a filha para a escola e em seguida vai para o cursinho. Ao retornar para a casa, cuida da filha e dos afazeres domésticos. A esposa, que lhe dá todo o suporte, trabalha fora e tem uma rotina paralela.
Outro motivo que o fez tentar mudar de vida foi a preocupação com a educação da filha. O estudante afirmou que só é possível educar com exemplos. “Meu pai sempre falou que a gente só pode educar um filho dando exemplos. Vou cobrar da minha filha isso. Vi que precisava melhorar a renda arrumando uma nova profissão e precisava dar um exemplo para minha filha”, defendeu.
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