SÃO LUÍS

Queda na venda de veículos faz mercado apostar em ofertas para atrair clientes

Em São Luís, o setor teve queda de mais de 11% na venda de veículos novos. Concessionárias oferecem vantagens nos juros e prazos de financiamentos

Foto: Honório Moreira / O Imparcial.


Honório Moreira / O Imparcial

Apesar da queda na venda de veículos, concessionárias apostam em estratégias para atrair consumidor

Em todo país houve queda na venda de veículos novos. A crise econômica é apontada como principal influenciador nos resultados. Fabricantes e concessionárias formulam estratégias para vender seus veículos. Mesmo de forma cautelosa, consumidores aproveitam promoções e vantagens para adquirir carros novos.

Segundo a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), a queda na venda de veículos novos, registrada no primeiro semestre, reflete a atual situação da economia brasileira, que dificulta a disposição do consumidor para compra, sobretudo, de carros novos.
O instituto divulgou o desempenho do setor automotivo no mês de junho e do 1º semestre de 2015. Para o Setor da Distribuição de Veículos no geral (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários, máquinas agrícolas e outros, como carretinhas para transporte) o mês de junho apresentou retração de 1,25% em relação a maio. Na comparação entre os meses de junho 2015 e o mesmo mês de 2014, o setor teve queda de 14,45%.
Em todo país, no acumulado do ano, houve queda de 17,62% para todos os setores somados. No primeiro semestre de 2015, foram emplacadas 2.053.111 unidades, contra 2.492.247 no mesmo período de 2014.
No Maranhão, os resultados não são diferentes. Segundo dados do Detran-MA, relativos a números de emplacamentos em todo o estado do Maranhão, 133.986 carros foram emplacados em 2014. De janeiro a julho do mesmo ano, 68.248 automóveis foram emplacados no estado. Enquanto no primeiro semestre de 2015, apenas 63.612 veículos foram emplacados. Houve uma queda de 6,79% em emplacamentos no Maranhão.
Em São Luís, a queda no número de emplacamentos de veículos é mais expressiva. O resultado corresponde a uma queda de 11,85% do total de emplacamentos de veículos no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período de 2014.
O que representaria, também, queda na venda de veículos na capital maranhense. A intenção do consumidor em comprar um veículo ou trocar o que já possui é colocada de lado pelo compromisso com o pagamento de contas acumuladas no início do ano (gastos com festas de fim de ano, reajuste na mensalidade escolar, material escolar, impostos como IPVA, IPTU), assim como a própria cautela do brasileiro com o fantasma da crise econômica. Por isso, as vendas tendem a crescer no segundo semestre, quando o consumidor está equilibrando as contas.
É nisso que acredita o mercado automotivo que já prevê no segundo semestre a recuperação na venda de veículos. Contra a tendência dos índices negativos, algumas marcas mantiveram os preços dos veículos. As montadoras sinalizam que já trabalham em novas campanhas publicitárias para atrair o consumidor, mantendo o foco em promoções, nas taxas de juros zero, nos consórcios e nas facilidades de financiamento que tem prazos mais longos. Possibilitando assim, a compra do carro que deixou de ser o sonho de consumo e passou a ser uma necessidade.
Mercado mantem-se otimista
Queda na venda de veículos faz mercado apostar em promoções para atrair clientes
O gerente da Toyolex, concessionária Toyota em São Luís, Marco Aurélio, aponta que apesar da crise, o setor vem se recuperando e se mantém otimista para o segundo semestre. “Esperamos que as vendas continuem a subir, para que possamos fechar o ano com saldo positivo”, afirma o gerente.
“Não gosto de usar o termo crise. Na verdade existe, sim, um clima de instabilidade e insegurança, tanto em relação ao próprio cliente quanto ao mercado. Isso faz com que fiquemos no estigma da crise. Então crise é na realidade a falta de ação. E é no momento de crise que temos oportunidade de crescer mais ainda. As pessoas recuam e quem é realmente mais arrojado, termina conquistando mais espaço”
Ele explica que há uma cautela maior por parte dos clientes com relação ao momento de compra. Paralelo a isso, há também, certa dificuldade com relação às linhas de créditos. Os bancos estão mais criteriosos na aprovação de cadastro. Os clientes estão demorando um pouco mais na hora de fechar a negociação.
A saída usada pelas concessionárias para atrair o cliente é transformar preço em valor agregado. O chamariz é o diferencial de tecnologia, designer, conforto e economia. Os fabricantes de veículos estão sempre buscando incluir mais recursos nos veículos novos para aumentar a possibilidade de venda. O financiamento de um carro novo pode ter taxas de juros mais atraentes que de veículos usados.
Outro fator que pode facilitar a aquisição do carro novo é a concorrência que torna o mercado mais competitivo. Visando conquistar o cliente, as concessionárias oferecem taxas promocionais de juros com bonificação na compra do veículo e opções paralelas.
“Preço, taxa, condições e prazo. Os carros têm que ser vendidos. Não podemos esperar que a situação melhore, e assim oferecemos vantagens. E quem mais se beneficia é o próprio cliente”, pontua Marco Aurélio.
Queda na venda de veículos faz mercado apostar em promoções para atrair clientes

Disposto a adquirir um automóvel novo, o advogado Lucas Oliveira de Alencar, acredita que o momento é propício para aquisição do produto com preços mais acessíveis. “Com a situação econômica em que o Brasil se encontra e com essa pequena crise no setor automobilístico, os consumidores aproveitam as facilidades para adquirir seu veículo. Por enquanto estou analisando, mas preciso levar”, revela.

Com a possibilidade da retomada no crescimento da economia do país, e consequentemente, a retomada no aumento das vendas de veículos novos, a expectativa do mercado automobilístico é a de continuar em constante crescimento. É o que também atesta o gerente de Marketing da Duvel, David Duailibe.
“A venda de carros novos deve recuperar impulso juntamente com a economia do país. À medida que as pessoas readquirirem seu poder de compra, o setor automotivo ganhará fôlego. Para a Duvel e para a Ford esta crise não refletiu muito, pois estamos crescendo em participação de mercado. Acredito ser devido ao fato de temos uma linha moderna e com vantagens competitivas muito grandes”, assegurou.
 
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