“Seria muito bom se feiras de comidas típicas continuasse sendo realizadas em todo final de semana”. Este é o desejo da comerciante Joana Gama, que com mais 50 pessoas distribuídas entre os setores de gastronomia e artesanato fortaleceram a renda familiar por meio do “Mais Cultura e Turismo”, coordenado pelas Secretarias de Estado da Cultura e do Turismo, realizado no Espigão Costeiro da Ponta D`Areia, em São Luis (MA). Foram três finais de semana de vendas garantidas, por meio da presença dos próprios moradores de São Luís e dos visitantes na área do Memorial Bandeira Tribuzi. O projeto se despede desse local, mas continua todo o mês de agosto, no Centro Histórico de São Luís.
A criatividade e originalidade dos produtos artesanais maranhenses conquistaram o público no Espigão. A comunidade de Raposa, distante 28 km do centro de São Luís, esteve representada pela belíssima produção em renda de bilro. A artesã Marilene Marques Moreira, integrante da Associação das Rendeiras Bilro de Ouro da Raposa, com 55 participantes, estava satisfeita com os resultados do primeiro dia de comercialização dos produtos durante os eventos. “Trouxemos produtos variados para contemplarmos todos os públicos e com duas horas de exposição já comercializamos desde os mais em conta (as tiaras de 5 reais) até os mais caros, as blusas de renda (140 reais). Feiras como essa são importantes para aproximar o cliente do produto”, comemorou. Além das tiaras e blusas, em exposição estavam bermudas, caminhos de mesa, batinhas, todos envolvendo a renda.
Produção Artesanal
Artesãos com trabalhos expostos permanentes no Centro de Produção Artesanal do Maranhão (Ceprama) e na Feira do Reviver, também integraram a comitiva que expôs durante o projeto “Mais Cultura e Turismo” no Espigão. De acordo com a secretária de Turismo do Maranhão, Delma Andrade, aproximadamente 40 profissionais da arte fizeram parte do rodízio nos estandes da feirinha na ponta D´areia. “Para cada final de semana, contemplamos produtos que se destacaram pelo tipo, qualidade, diversidade e ligação com a cultura maranhense com fins de que tanto o morador ou o visitante tivessem acesso ao artesanato maranhense”, explicou. A artesã Lúcia França, que trabalha no Ceprama, agradecia os elogios recebidos pela turista Ana Paula Sousa de Minas Gerais. “Os produtos são originais e propícios a presentearem amigos e parentes. É lindo!”, referiu-se a visitante à réplica em miniatura do chapéu bordado utilizado pelos cantadores de bumba-meu-boi que representam o “Amo do Boi” na brincadeira típica do Maranhão.
Além da confecção, das bijuterias, dos souvenir (porta-chaves, chaveiros, porta-canetas entre outros), na feirinha de artesanato do Espigão, era possível encontrar arte inovadora e reciclável como a transformação dos pneus em mesas, cadeiras, bancos e até jarros. O responsável por isso foi o artesão Rogério Silva, que conquistou o interesse do público com material de qualidade e de utilidade surpreendente. “E pensar que tudo isso antes tinha como destino os lixões da cidade”, disse Maria Aparecida Lima, moradora do centro da cidade. Outro produto bastante procurado e diferente eram as luminárias produzidas a partir do material PVC pelo artesão Marco Aurélio Marques. Em cada dia de exposição ele tem como meta comercializar cinco produtos, todos diferenciados um dos outros pelo valor de R$ 60 reais. No primeiro dia de exposição tinha fechado três e comemorava a receptividade. “Temos público, o que estava faltando realmente são espaços como esse para apresentação do produto”.
Gastronomia
Da apreciação de produtos diferenciados a degustação da culinária maranhense. Nas áreas próximas ao palco do “Mais Cultura e Turismo”, além da exposição do artesanato, uma feira gastronômica apresentava outro forte atrativo maranhense; pratos típicos (peixe frito, arroz de cuxá e de camarão, tortas de camarão e caranguejo), salgados com recheios de frutos do mar e doces de espécie, tradicionalíssimo da histórica cidade de Alcântara.
Para Rosimary Silva Costa, três finais de semana de venda de salgados recheados com no Espigão renderam cerca de 1.400 reais durante seis dias. “As pessoas pedem os contatos também para as encomendas, logo, não é somente a venda, mas a divulgação do nosso produto e trabalho” comemora. Além das comidas e salgados típicos, o turista ou morador encontra opções variadas de produtos como sanduíches, crepes, pipocas, água de coco entre outros.
O “Mais Cultura e Turismo”, do Governo do Maranhão, viabiliza a festa da cultura maranhense e as atrações continuam ainda na praça Nauro Machado, até o dia 27 de agosto, no município Barreirinhas (31/07 e 01 e 02/08) e encerramento com grande celebração no Ceprama, dia 29 com shows de Luiz Melodia, Papete e as Divinas Folioas.