SÃO LUÍS

Mercado imobiliário projeta recuperação com novos investimentos no setor

Apesar do desaquecimento nas vendas de imóveis, parte do mercado se mostra otimista na recuperação do setor. Banco do Brasil e Caixa Econômica oferecem financiamento de até 90% com uso do FGTS

Venda de imóveis São Luís

O setor imobiliário em São Luís, nos últimos anos, foi marcado pela grande procura por imóveis e contínua valorização dos mesmos. Desde 2008, esta combinação resultou na alta nos valores das habitações. Preços elevados e clientes dispostos a pagar mantiveram esta situação por seis anos. No entanto, o último trimestre de 2014 foi caracterizado pela queda nas vendas.

A desaceleração da economia brasileira é a principal causa para esta baixa. Taxas de juros elevados e dificuldade na oferta de crédito diminuíram a procura de famílias por novos investimentos. Com a instabilidade do mercado, 2015 começou com a projeção de desaceleração, também, nos preços de imóveis.
Isto significa que os preços continuarão aumentando, porém em ritmo contido, acompanhando apenas o crescimento da inflação. Em casos mais específicos, poderão nem mesmo alcançar a rápida elevação inflacionária, como forma de incorporadoras conseguirem vender seus lançamentos de forma rápida.
Aliada a essa tendência, a mudança no perfil da população brasileira também é um importante fator para recuperar o potencial de crescimento do mercado imobiliário. Hoje, o planejamento familiar é diferente, e grande parte dos jovens possuem poder aquisitivo suficiente para investir na compra de seu primeiro imóvel. Além disso, famílias menores tendem também a aumentar a necessidade por imóveis, alavancando o potencial do mercado imobiliário.
O desenvolvimento e a estabilização da economia, assim como a redução das taxas de juros nos últimos anos facilitaram o acesso de uma grande parcela da população ao crédito imobiliário. De forma mais contida, ainda há espaço para crescimento, algo muito favorável para quem deseja e pode investir neste mercado.
Vendas de imóveis
Osvaldino Pinho, presidente da Ademi/MA

“Para quem pretende investir em um novo imóvel, o momento é considerado excelente” diz Osvaldino Pinho, presidente da Associação de Dirigentes e Empresários do Mercado Imobiliário do Maranhão (ADEMI/MA).

Segundo ele, mesmo com a crise econômica, o mercado imobiliário segue aquecido na capital e o segmento oferece muitas oportunidades para aqueles que têm interesse em adquirir um imóvel próprio. As vendas de imóveis usados também registraram crescimento em São Luís no primeiro semestre.
De acordo com o presidente da ADEMI/MA, o mercado imobiliário da capital maranhense vive uma realidade bem diferente de anos anteriores, todavia, o setor tem conseguido manter o crescimento, seja pelo aumento no número de famílias ou pela busca de maior qualidade de vida. As pessoas continuam a procurar por novos imóveis. Por isso, as imobiliárias trabalham com vários segmentos de público e de renda para melhor atender seus clientes.
O momento é ideal para aqueles que pretendem comprar uma casa, pois no mercado estão disponíveis várias vantagens, além da possibilidade de poder estudar com calma o perfil de cada residência e suas condições de pagamento. No entanto, é preciso ter cuidado.
Foto: Arquivo /O Imparcial .


Arquivo /O Imparcial

Venda de imóveis São Luís

O diretor comercial da Ronierd Barros Imobiliária, Luís Dorneles, também confirma o aquecimento do setor. Ele aponta que o ano de 2015 foi iniciado com alta nas vendas no estado. Graças às ações realizadas pelas imobiliárias que tentam facilitar a compra dos clientes, oferecendo condições, promoções e descontos mais atraentes.

Luís Dorneles alega que o mercado reagiu em relação ao ano de 2014, mas ainda encontram-se dificuldades por conta da burocracia dos bancos que estão cada vez mais rígidos na aprovação de financiamentos. Segundo ele, a saída é buscar opções de pagamentos diferenciados e formas de agradar o consumidor.
“O início do ano, teve um crescimento nas vendas. O mercado imobiliário maranhense vem reagindo bem. O esperado é que até o fim do ano, os números cresçam”, diz Luís Dorneles.
Sobre a aceleração do setor, Luís é otimista. “A valorização dos imóveis ainda está alta. Há previsão de que fique cada vez melhor. Entretanto, os imóveis novos e prontos serão mais valorizados se as imobiliárias continuarem reagindo com promoções, descontos, preços justos e seguros”, explica.
Dificuldade nas vendas
Enquanto as imobiliárias se mostram otimistas com o atual momento do mercado e seu crescimento, outra parte desse setor já não se mostra tão confiante.
Bruno Cesar Dumard, que trabalha há 20 anos no mercado de corretagem, não está tão otimista com o momento atual do mercado maranhense, e aponta que parte da queda nas vendas está relacionada ao despreparo dos profissionais, burocracia dos bancos e falta de incentivo do governo.
“Falta preparo aos corretores. O que se vê hoje é muita gente despreparada sem o devido treinamento entrando nesse mercado. É ai que surge um problema crescente: a falta de análise de preços equivalentes. Como por exemplo, casas com valores acima do valor real do imóvel. A categoria dos corretores está muito mal assistida nesse sentido”, disse.
De acordo com o corretor, o mercado é constante. Quando um setor está em baixa, outro acaba elevando as vendas. Bruno mantém seu trabalho focado na qualidade e na experiência que possui.
“Quando o mercado de vendas de imóveis diminui, o de aluguel aumenta. O mercado é constante, independente da queda nas vendas. O que conta nesse momento são as táticas e estratégias para atrair os clientes”, pontuou.
A estudante Juliana Araújo conta que há mais de dois anos, ela e sua família tentam efetuar a venda de um imóvel, mas encontram dificuldades. Segundo a estudante, até mesmo conseguir corretores para efetuar a venda tem sido um problema, pois eles não se mostram interessados em vender o imóvel localizado no loteamento Alto Paranã, em Paço do Lumiar. Por esse motivo decidiram investir em métodos independentes, como divulgação em sites.
“Os corretores que procuramos não se mostram interessados em ajudar na venda do imóvel. Não chegaram nem a analisar a casa, só por conta da região. Talvez não fosse vantajoso para eles, então decidimos buscar outros métodos”, disse.
Ela também relatou que as mudanças dos métodos de venda, fizeram com que a família agilizasse documentos do imóvel para ajudar no financiamento de um possível cliente, mas a burocracia dos bancos acabou afastando a oportunidade, por conta da demora.
“Hoje em dia é muito complicado encontrar um comprador que pague à vista. Então procuramos outras soluções para tornar mais rápida a venda do imóvel, mas perdemos muito tempo, por conta da grande burocracia dos bancos”, desabafa.
Bancos oferecem linhas de crédito
Diante da crise no setor imobiliário, bancos estatais resolveram reagir e anunciar investimentos nas linhas de financiamento da casa própria. Existem condições para ter acesso a essas linhas de crédito. 
Na semana passada, o Banco do Brasil passou a oferecer uma nova linha de crédito para compra da casa própria. O banco financia até 90% do valor do imóvel novo ou usado (para imóveis de até R$ 400 mil), em até 30 anos, com taxa de juros de 9% ao ano. A linha Pró-cotista usa recursos do Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A estimativa do BB é disponibilizar cerca R$ 1 bilhão para novas operações.
Seguindo a mesma tendência, a Caixa Econômica Federal anunciou na última sexta-feira, dia 24, que disponibilizou R$ 4 bilhões para a linha de financiamento da casa própria, também chamada de Pró-cotista. Essa linha de crédito financia até 85% do valor do imóvel novo ou usado (para imóveis de até R$ 400 mil), em até 30 anos, com taxa de juros entre 7,85% e 8,85% ao ano. Esse financiamento também usa recursos do Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
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