PROTESTO
Índios interditam a BR 316 entre Nova Olinda e Zé Doca
A interdição ocorre nos Km 160 e 161 da BR 316
Indígenas do povo Ka’apor bloquearam, ontem, os dois sentidos da rodovia BR-316, entre os municípios de Nova Olinda e Zé Doca. Os indígenas protestam contra a exploração ilegal de madeira na Terra Indígena (TI) Alto Turiaçu e a suposta lentidão na apuração do caso do assassinato de Eusébio, liderança morta em abril a mando de madeireiros.
Os Ka’apor têm sido ameaçados devido às ações de vigilância e proteção territorial que promovem na Terra Indígena contra a ação de madeireiros. No dia 16 de julho, uma das principais lideranças na defesa do território foi alvo de um atentado a tiros.
Para desocupar a rodovia, os indígenas exigiram a presença do secretário de Segurança do estado, Jefferson Miler Portela, de um delegado da Polícia Civil e de um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília. As lideranças reivindicam ainda a instalação de postos de vigilância no território – decisão judicial de janeiro de 2014 que não foi cumprida pela Funai, Polícia Federal e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os órgãos foram condenados pela Justiça Federal a implantar postos de fiscalização nas TIs Alto Turiaçu, Awá Guajá e Caru.
Os indígenas também pedem ações na saúde e educação, como a contratação de professores, melhoras nas estruturas dos postos e escolas e a contratação de duas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, para atuação nas aldeias. Os Ka’apor organizaram o protesto depois de realizarem um encontro nos dias 28 e 29 de julho no município de Presidente Médici, onde debateram estratégias para a proteção da TI. “Vamos dar continuidade ao nosso plano de trabalho para o etnomapeamento e gestão do território”, revela um membro do Conselho de Gestão.
A rodovia foi liberada às 16h30 após negociações com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.
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