Enquanto algumas pessoas aproveitam o dia de folga para se divertir na praia, outros defendem o pão de cada dia. Diariamente, cresce o número de ambulantes que circulam pela orla marítima da capital e também aumenta a variedade de produtos oferecidos por eles. Antigamente, era comum ver os vendedores com suas barracas armadas nas praias apenas com a venda de bronzeadores e água oxigenada. Atualmente, é possível encontrar do petisco a brinquedos disponíveis e, além das barracas, existem os carros que ficam estacionados com o porta-malas repleto de objetos, como brinquedos, roupas, bijuterias, frutas, entre outros itens. Outra inovação é que eles saem de mesa em mesa nos calçadões, nos bares e até na beira do mar, oferecendo as mercadorias.
A ambulante Luziane Campos, de 49 anos, moradora do Iguaíba, contou que, antes de começar vender na praia, tinha uma barraca na feira do bairro onde mora. Como as vendas como feirante não estavam mais dando lucro, decidiu investir em produtos e ir ás praias. Ela costuma trabalhar na Praia do Olho d’Água e Araçagi, comercializando produtos, como óculos esportivos, bronzeador e protetor solar. Os valores variam de R$ 15 à R$ 30.
Foto: Karlos Geromy /OIMP/D.A Press.
Vendedores ambulantes seguem por toda extensão da praia com o objetivo de vender seus produtos
No período das férias, Luziane diz que vai á praia em dias alternados, nos dias comuns e todos os finais de semana e feriados. “Chego à praia às 7h e volto para casa às 17h30. Estou nesta rotina há três anos. Compro os produtos com o meu dinheiro e revendo, não tem coisa melhor do que ser nosso próprio patrão”, disse. Ela falou ainda que há meses que fatura uma média de R$ 1 mil reais por mês, renda que sustenta a casa onde mora sete pessoas entre filhos e netos.
Foto: Karlos Geromy /OIMP/D.A Press.
Os vendedores utilizam formas diferentes para vender seus produtos
As opções encontradas nas praias são as mais diversas e há vendedores que vivem de vendas na orla marítima há décadas, como é o caso do paraibano Manoel Silveira Garcia júnior, de 53 anos, que está no ramo há mais de 30 anos, vendendo redes, cadeiras e edredom.
Ele relatou que começou a trabalhar como ambulante desde os 17 anos para fugir do trabalho na roça. Vindo de uma família de 14 filhos, teve que começar ‘pegar no batente’ muito cedo. Comercializando produtos que variam de R$ 50 a R$ 250, o ambulante contou que já passou por vários estados e está em São Luís há dois anos. Ele revela ainda o que faz para facilitar as compras da clientela que está aproveitando a praia para se divertir.
“Trabalho de domingo a domingo, das 9h às 16h, e ganho por mês aproximadamente R$ 1.500. Há meses que faturo até mais. Aceito pagamento com cartão de crédito para facilitar a vida do cliente, as mudanças chegam e temos que nos adequar”, comentou.
Para o pintor José André Correia, vender na praia é uma maneira de ganhar uma renda extra e ficar perto da esposa, que também é ambulante há mais de três anos. Ele conta que sempre que tem folga do serviço aos fins de semana e feriado trabalha na praia. Os produtos que ele vende são pacotes de camarão, castanhas e ovos de codorna. Cada um custa R$ 2 e três por R$ 5.
Clientes
As pessoas que frequentam as praias não se incomodam com a presença dos ambulantes, pelo contrário, dizem ser a favor da permanência dos mesmos no local. O publicitário Stélio Jasvam afirmou que não se importa com os vendedores, pois entende que com o nível que está o desemprego, as pessoas precisam ganhar o seu pão-de-cada-dia. “Eu sempre compro na mão dos ambulantes quando me interesso pelo produto. Estão trabalhando de forma digna e honesta, em minha opinião não atrapalham em nada”, disse.