PERÍODO JUNINO

Crise afeta setor hoteleiro e rede tem baixa ocupação

Período junino amarga índices negativos na taxa de ocupação. Cenário já antigo e empresários tentam reverter situação

Foto: Gilson Teixeira / O Imparcial .


Gilson Teixeira / O Imparcial

A média de reservas nos hotéis da capital, até o momento, é de 40%, considerada muito baixa pelos empresários do setor

O período junino está em plena atividade e a rede hoteleira da capital amarga índices negativos na taxa de ocupação. A expectativa é de queda na procura, assim como ocorreu no mesmo período do ano passado, quando cerca de 40% das vagas ficaram ociosas, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Maranhão (ABIH-MA). Empresários se mostram preocupados por se tratar de época considerada alta temporada e ainda não ter apresentado número relevante de ocupação. Para driblar as consequências do período, donos de hotéis estão adotando estratégias para não perder a clientela. A média de reservas até o momento é de 40%, considerada muito baixa pelos empresários do setor.
Esse cenário já era esperado, considerando o ocorrido no ano anterior, pontuou o gerente do Hotel Luzeiros, Dagoberto Silva. “Dependemos pouco do turismo de lazer e mais do turismo corporativo. Mas, sofremos uma queda em relação ao ano passado com a redução dos negócios”, disse. Contudo, a data festiva junina não influirá nas atividades e nem na taxa de ocupação do estabelecimento. “Essa ocasião de festas populares para nós, não tem grande influencia por sermos mais focados no turismo de negócios”, reiterou. O responsável pelo setor de reservas do Calhau Praia Hotel, Dilmar Lemos, citou a falta de infraestrutura, de investimentos no setor e na cidade como itens que têm contribuído para este cenário negativo.
Crise afeta setor hoteleiro e rede tem baixa ocupação

“Nos últimos anos temos observado crescente queda neste período. A insegurança que a cidade vive é um item contribuinte para essa situação”, ressaltou Lemos. Segundo ele, ano passado, o índice de vagas ociosas ficou em 58%. “Para tentar passar por esse problema, optamos por não aumentar tarifas, que é algo muito reclamado pela clientela. Estamos mantendo os valores antigos”, pontuou. Ele acrescentou ainda que devido a estas baixas, o setor vem apostando no turismo de negócios. “Mas que já começa a ser afetado também por esta crise”, pondera. A alta das passagens aéreas e pouco investimento na divulgação da cultura local em outras regiões foram outros problemas apontados por ele para a baixa na ocupação dos hotéis.

Foto: Antonio Azevedo.


Antonio Azevedo

Mesmo com baixa nos hotéis, 'São João de Todos' iniciou esta semana com grande público na capital

“Está levemente menor em relação ao ano passado”, disse o atendente de recepção do Grand São Luís Hotel, Thales Felipe. Segundo ele, é esperada uma ocupação mínima de 30% a 40%. Para ele, é preciso divulgar mais o folclore local fora do estado. “Nosso São João é muito rico e animado, mas só é conhecido aqui, nos interiores e nas capitais próximas. Mas, Sudeste e Sul não têm a dimensão do que representa esta festa. É preciso mais divulgação”, pontua. A taxa regular de ocupação do estabelecimento tem sido mantida pela clientela fixa. “Temos hóspedes que sempre procuram pelo hotel e são eles que garantem a ocupação”, ressalta.

A capital dispõe de 5.500 acomodações na rede hoteleira filiada à ABIH-MA, sendo 42 associados, incluindo os maiores hoteis locais.
ICMS menor
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), que era reclamado pelos empresários como um dos mais altos do país e maior problema para o crescimento do setor, sofreu uma queda. O tributo foi reduzido em março, pelo Governo do Estado com objetivo de tornar o turismo local mais competitivo nacionalmente. Medida que vai beneficiar diretamente o setor e as empresas aéreas que operam na região, fazendo crescer o fluxo de viagens aéreas para a cidade. Com a diminuição, a alíquota ficou em 17% para empresas que operam no aeroporto maranhense, 12% para operações em dois aeroportos e 7% para três ou mais aeroportos ou voos internacionais saindo do Maranhão. Antes, era praticado tributo único de 25%, que estava entre os mais caros do país. paralelamente, empresários e governo têm reunido para discutir meios de impulsionar o setor e diminuir os índices negativos.
Iniciativas estaduais para melhoria do turismo
Sobre a situação, o Governo do Estado afirma que tem buscado transformações profundas em todas as áreas, e isso inclui o turismo. “Nosso foco está sendo na realização de iniciativas que culminem no aumento da geração de renda e emprego por meio do turismo, isso inclui a melhoria da conectividade aérea e aumento da taxa de ocupação hoteleira. Nossos esforços, unidos com os da iniciativa privada, buscam a reversão dos números atuais”, disse a secretária estadual de turismo, Delma Andrade.
Entre os meses de maio e junho, a Secretaria de Turismo do Maranhão está realizando 12 ações de promoção dos produtos e destinos turísticos do Estado. Isso corresponde a mais de uma iniciativa por semana, com o objetivo de inserir o Maranhão no mercado de viagens. O pacote de iniciativas está envolvendo três segmentos de interesse – imprensa, trade e público final -, em participação de feiras e eventos, realização de viagens de jornalistas e formadores de opinião, além de ações de capacitação voltadas para operadores de turismo e agentes de viagens.
De forma prática, podemos dizer que o turismo está baseado em três pilares: a infraestrutura, os serviços e a divulgação. Temos o entendimento que não se pode trabalhar cada um desses temas de forma isolada, ou seja, é necessário buscar o desenvolvimento em conjunto.
Crise antiga
Segundo a ABIH, a taxa de ocupação da rede hoteleira ludovicense vem regredindo desde agosto de 2012. A partir daí, os empresários têm alertado as autoridades para esta situação, mas nenhuma providência foi tomada até então. A situação se agravou no período carnavalesco do ano seguinte, quando grandes hotéis de São Luís apresentaram taxa abaixo dos 30%. O setor hoteleiro da capital atribui à falta de investimentos na infraestrutura da cidade, campanha negativa de poluição da orla e a falta de campanhas institucionais por parte das gestões em outros destinos, como forma de atrair turistas.
 
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