MEDIAÇÃO

Governo dialoga com representantes do povo indígena Krenyê

Representantes do povo indígena Krenyê solicitaram a mediação do Governo do Estado, através da Secretaria dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), junto ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) no que diz respeito à saúde da população indígena e solução definitiva para o território reivindicado por esse povo. […]

Representantes do povo indígena Krenyê solicitaram a mediação do Governo do Estado, através da Secretaria dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), junto ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) no que diz respeito à saúde da população indígena e solução definitiva para o território reivindicado por esse povo.
Atualmente, cerca de 10 famílias vivem na Aldeia São Francisco, localizada a seis quilômetros da cidade de Barra do Corda. Representantes do povo indígena Krenyê relataram que vivem na periferia da cidade de forma precária, sem assistência dos órgãos públicos responsáveis em atender os povos indígenas. Eles reivindicam a regularização do abastecimento de água potável e da entrega de cestas básicas; transporte adequado; melhores condições de atendimento na área da saúde; e a instalação da Reserva Indígena Krenyê, através da demarcação de um território que atenda às necessidades do povo, de tal forma que eles possam suprir suas próprias necessidades de alimentação.
Francisco Arantis, 79 anos, um dos mais velhos da comunidade, sonha em ver seu território demarcado. “Eu ainda quero ver minha terra. A gente tem esperança de que as coisas possam melhorar. Não temos estudo, mas sabemos dos nossos direitos e eles precisam ser respeitados”, declarou.
Segundo o povo indígena Krenyê, entre os anos de 2013 e 2014, a Justiça Federal, determinou a obrigação de constituir o grupo técnico para identificação de delimitação das áreas a serem indicadas pelo povo Krenyê, bem como a destinação de meios necessários para assistência de alimentação, água potável, saúde e moradia ao grupo Krenyê para que possa aguardar com segurança a conclusão dos trabalhos de demarcação.
Divino Araújo contou como tem sido o dia-a-dia da comunidade. “Sou um dos jovens que lutam para manter a tradição do nosso povo, mas fica cada vez mais difícil porque o local que a gente está não favorece as nossas práticas e nem a preservação dos nossos costumes”, disse.
O secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves da Conceição, se comprometeu a mediar a agenda dos Krenyê com a FUNAI e informou que o governo Flávio Dino tem reunido órgãos estaduais e federais com o propósito de construir um plano de ação comum no que se refere saúde, educação e proteção territorial das populações indígenas.
 
Histórico
O povo indígena Krenyê é o único no Maranhão que não tem sua terra tradicional demarcada. Os Krenyês são originários da Pedra do Salgado, aldeia Mangueira, na época município de Bacabal, hoje Vitorino Freire. Saíram da região na primeira metade do século XX, devido a conflitos com criadores de gado provenientes do Ceará e uma epidemia de sarampo que quase dizimou o povo. Viveram ainda em terras de outros povos como, por exemplo, o povo Guajajara, na Terra Indígena Pindaré, no município de Bom Jardim e, a partir dos anos 90 na Terra Indígena Governador, município de Amarante do Maranhão.
Em 2003, passaram a viver na Terra Indígena Rodeador e em 2009, devido conflitos internos foram morar no bairro Altamira ll (Piquizinho), na cidade de Barra do Corda. No final de 2010 adquiriram, com recursos próprios, a Chácara São Francisco, onde passaram a reorganizar o modo de vida coletiva, mas ainda enfrentando uma série de dificuldades no que se diz respeito ao atendimento à saúde, educação e outros.
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