Teste com lançamento de foguete em Alcântara pode começar este ano
Plano de negócios envolve conversas com as comunidades, diz ministro
Os testes com lançamentos de foguete na base espacial da cidade de Alcântara, no Maranhão, podem começar ainda este ano. De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, as operações oficiais, entretanto, só vão começar depois da aprovação do plano de negócios e de mudanças de infraestrutura no local.
“A partir deste ano podemos ter lançamentos de testes, de foguetes ainda pequenos, mais para treinamentos das equipes, e a partir do ano que vem já começa com a perspectiva de lançamentos com foguetes maiores e, quem sabe, com alguns fornecedores de lançamentos”, explicou Pontes na última quarta-feira (5), após a solenidade de 400 dias de governo, no Palácio do Planalto.
De acordo com o ministro, este ano o trabalho estará centrado na elaboração do plano de negócios do centro de lançamento que, segundo ele, vai contemplar todas as conversas com as comunidades locais, os quilombolas, a prefeitura de Alcântara, o estado do Maranhão e empresas que podem participar da construção e melhoria da infraestrutura do centro e do seu entorno.
Durante a cerimônia de celebração dos 400 dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro assinou a promulgação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) entre os governos brasileiro e dos Estados Unidos (EUA) para a exploração da base espacial. O decreto foi publicado nesta quinta-feira (6) no Diário Oficial da União.
O acordo envolve as atividades espaciais por companhias estadunidenses e as proteções contra o uso ou cópia não autorizados que esses agentes terão no desenvolvimento de ações no local, como lançamento de foguetes e satélites. Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), sem a assinatura do acordo com os EUA, nenhum satélite com tecnologia norte-americana embargada poderia ser lançado da base de Alcântara, pois não haveria a garantia da proteção da tecnologia patenteada por aquele país.
O acordo foi assinado em março do ano passado em Washington e teve de passar pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal para ser validado. Em 16 de dezembro de 2019, o acordo entrou em vigor, após ser oficializado por decreto legislativo assinado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O decreto assinado por Bolsonaro ratifica o ato.