Os bilhetes aéreos nunca estiveram nos planos de tantos brasileiros. Em abril deste ano, 64,4% dos viajantes que tinham interesse de viajar afirmaram que pretendiam fazer ao menos uma viagem de avião até outubro deste ano. O dado é o melhor já registrado em um mês de abril na série histórica da Sondagem do Consumidor, levantamento mensal do Ministério do Turismo que mede a intenção dos brasileiros de viajar dentro ou fora do país. Os dados são apurados em consulta a 2 mil famílias de sete capitais brasileiras.
O percentual também é o segundo melhor dos últimos 37 meses corridos, ficando atrás somente de junho de 2014, mês de abertura da Copa do Mundo no Brasil, quando o índice chegou a 66,9%, apenas 2,5 pontos percentuais a mais.
No ano passado, os aeroportos brasileiros registraram 94,6 milhões de desembarques domésticos, novo recorde histórico, frente aos 88,9 milhões verificados em 2013. O Ministério do Turismo usa como base os dados da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e da Agência de Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo o Relatório de Competitividade em Viagens e Turismo 2015 do Fórum Econômico Mundial, divulgado na semana passada, o Brasil avançou 45 posições no quesito Competitividade de Preço, saltando da 126ª para a 81ª colocação entre 140 países analisados.
“Os preços mais competitivos deram novo impulso ao mercado aéreo nos últimos anos”, disse José Francisco Salles Lopes, diretor do departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), entre 2002 e 2013 o valor médio do bilhete aéreo doméstico passou de R$ 545,62 para R$ 326,72, uma redução de 40%. Ao mesmo tempo, o número de passageiros transportados anualmente triplicou. Outro dado importante é o percentual de assentos com tarifa inferior a R$ 300: em 2002 eram apenas 19,6%, em 2013 aumentou para 58,9% do total da oferta.
Também cresceu a oferta e disponibilidade de voos e assentos. Segundo a Abear, as quatro empresas aéreas brasileiras associadas aumentaram a frota de aviões de 450 para 526 entre 2012 e 2013, com uma projeção de chegar a 976 aeronaves em 2020.