Na tarde desta quinta-feira (14), em entrevista coletiva do Ministério da Educação (MEC), o ministro, Renato Janine Ribeiro, anunciou mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. A primeira delas é o aumento da taxa de inscrição, que passa de R$ 35 (valor praticado desde 2004) para R$ 63. A nova cobrança se deve ao ajuste fiscal, que afeta também o setor da educação. O objetivo também é adequar os custos do exame já que a minoria dos participantes paga para fazer a prova. O aumento da taxa deve significar em torno de R$ 60 milhões a mais na arrecadação.
O reajuste se restringe a alunos de escolas privadas que não sejam de baixa renda (que correspondem a 26,48% dos participantes do exame), já que estudantes da rede pública e pessoas com renda familiar de até 1,5 salário mínimo têm direito à isenção da taxa. “A proporção (das pessoas que pagam) é pequena, e acreditamos que o aumento terá efeito mínimo na redução das inscrições”, observou o ministro.
Neste ano, o cartão de inscrição será enviado por e-mail e não mais por Correio para diminuir os custos. Só com essa medida, segundo o ministro da Educação, serão economizados R$ 18 milhões.
Outra mudança pretende diminuir o número de faltas entre os candidatos e determina que quem faltou à prova sem justificativa só possa se inscrever novamente pagando a taxa de inscrição, mesmo que se encaixe nos perfis que têm direito à isenção. Em 2014, cerca de 29% dos inscritos não fizeram a prova.
Todas essas medidas devem fazer com que o custo de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio fique 20% mais barato em 2015.
Data da prova
O edital do Enem deve ser publicado até a próxima semana, e o exame será aplicado em 24 e 25 de outubro. A expectativa é que 9 milhões de candidatos façam a prova. Em 2015, os malotes de prova só serão abertos 30 minutos após o fechamento dos portões (que ocorre às 13h) nos locais onde o teste for aplicado. “A mudança é fruto de uma análise ampla sobre segurança, que sempre pode ser melhorada”, comentou Chico Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), sobre a alteração. 850 mil pessoas devem trabalhar na aplicação do exame este ano.
Enem digital
A ideia de fazer um Enem digital deverá ser adiada. “Este ano nós não temos dinheiro ainda para fazer”, disse o ministro Renato Janine Ribeiro.
Correção das provas
Ao acessar o espelho da redação do Enem, de 2014, o estudante Francinaldo Guedes Pereira, 16 anos, da Paraíba, descobriu que tirou 600 pontos na redação mesmo após ter escrito uma brincadeira sobre a data do aniversário dele. Mesmo assim, Chico Soares afirmou que as redações estão sendo corrigidas por meio de um sistema confiável quando questionado sobre o assunto.
Fies
Sobre o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o ministro Renato Janine Ribeiro disse que está em negociação com o Ministério da Fazenda para conseguir fazer novas contratos.