A imagem de uma mulher de 92 anos viralizou nas redes sociais e causou pânico nos amantes de uma boa skin care. A foto é de uma idosa que, por anos, só usou protetor solar no rosto e neglicenciou o pescoço. E o resultado foi impressionante. 

Para a dematologista Lorena Barros, a imagem ressalta a importância do uso do produto em todo o corpo, mas também mostra que “o conceito de saúde da pele é moderno e tem como foco não apenas a prevenção do câncer de pele, mas a busca por envelhecer bem”.

A especialista explica que o envelhecimento é um processo contínuo e está relacionado a fatores intrínsecos e extrínsecos.

“Os fatores intrínsecos são a diminuição da capacidade funcional ao longo dos anos, com fragmentação do colágeno, aprofundamento das rugas de expressão, pele fina, flácida e seca”, destaca. Já os extrínsecos, se relacionam com o meio ambiente, como a radiação ultravioleta.

De acordo com a dermatologista do hospital Daher, a radiação impacta a pele pois ocasiona a perda do brilho, espessamento fibras elásticas, e aumento das chances de crescimento neoplásico (crescimento desordenado de células no organismo).

Nesse sentido, o uso diário de protetor é fundamental em todas as partes do corpo que serão expostas a radiação solar. A dermatologista Lorena Barros recomenda ainda a limpeza e hidratação da pele como parte de uma rotina de cuidado.

“A pele é o maior órgão do corpo, portanto, é importanto reforçar os cuidados não apenas com o rosto, mas em toda sua superfície, em destaque as áreas de exposição solar, que não é coberta pela roupa, como pescoço, colo, braços”, ressalta.

A foto da mulher de 92 anos foi publicada no Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology (Jornal da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, em livre tradução). No artigo, pesquisadores afirmaram que um exame clínico revelou diferença marcante do dano na bochecha e pescoço.

O estudiosos também escreveram sobre envelhecimento e câncer de pele.

“A prevenção eficaz do câncer de pele primário precisa se concentrar tanto em noxa exógena, como radiação UV e poluição, quanto em fatores de risco endógenos relacionados ao envelhecimento, incluindo senescência, disfunção mitocondrial e autofagia prejudicada, entre outros. Essa tarefa é nada menos que uma façanha, pois é evidente que a biologia do envelhecimento é complexa: os indivíduos envelhecem de maneira diferente, e até os órgãos e organelas dentro de um indivíduo envelhecem de forma diferente”, destacaram os pesquisadores