Rodoviária terá blitz de conscientização em combate ao transporte clandestino
Começa nesta quinta-feira campanha para combater o transporte clandestino de passageiros, aproveitando o feriado de 2 de novembro
O feriado prolongado do dia 2 de novembro está chegando, e embora ainda estejamos em tempos de pandemia, muitas pessoas se programam para sair de São Luís, seja a passeio, seja para visitar parentes e amigos. Para quem é servidor público estadual, o feriado começa já na sexta-feira, visto o chefe do executivo estadual, Governador Flávio Dino, ter transferido o feriado do dia 28 (que foi na quarta-feira). De olho nesse feriadão e nas milhares de partidas para vários destinos, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI) encampa a ação “Sua Vida Vale Mais! Diga Não ao Transporte Clandestino”, com blitz de panfletagem e diálogos de conscientização e proteção dos passageiros, em São Luís, nesta quinta-feira, dia 29, no Terminal Rodoviário.
Segundo a ABRATI, a intenção é alertar a população para os perigos dos ônibus clandestinos, tanto no que diz respeito à segurança do passageiro, quanto aos protocolos sanitários para evitar a Covid-19. De acordo com a ABRATI, os riscos dos transportes clandestinos são inúmeros, a começar por quem dirige veículos não autorizados pela ANTT, como por exemplo: (1) os antecedentes criminais dos motoristas de ônibus clandestinos não são verificados; (2) eles não têm treinamento para dirigir os equipamentos (Leito Total – LD – e Double Deck), nem treinamento para dirigir à noite ou em grandes distâncias; (4) não contam com alojamentos de descanso adequado e (5) não passam por testes toxicológicos periódicos, aferição alcóolica ou de outros medicamentos pré-jornada.
Embora não disponibilize os números do transporte clandestino no Maranhão, o presidente da Abrati, Eduardo Tude, em coletiva virtual realizada ontem (28), disse que o estado tem um quantitativo significativo de transportes que operam clandestinamente, e que o passageiro às vezes não sabe distinguir. “No Maranhão há muita partida para São Paulo, e em Imperatriz, pode-se verificar isso em números de 10 a 15 ônibus”, comentou.
Em todo o país foram feitas este ano mais de 930 apreensões de ônibus e mais de dois mil Autos de Infração pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), com mais de 28 mil passageiros restituídos ao transporte regular. “Toda essa irresponsabilidade, não apenas coloca em risco a vida de milhões de passageiros em todo o Brasil, mas também ceifa milhares de vidas de outros viajantes que circulam nas rodovias”, afirmou Eduardo Tude. Ao contrário dos motoristas de ônibus clandestinos, os condutores do transporte regular seguem as regras da ANTT e contam com padrões de treinamentos rigorosos, testes toxicológicos contínuos, alojamentos para descanso e têm toda a sua vida pregressa civil e criminal verificada antes de serem contratados.
Porém, um atrativo para a utilização de um transporte não regulamentado são os preços das passagens, que em geral são mais baratas. “Eduardo Tude diz que por não ter gastos com encargos, impostos, tributos e demais custos com a estrutura da operação, os operadores de transporte clandestino barateam os custos da passagem. “Também há o desconhecimento do passageiro. Às vezes ele nem sabe que o que ele está contratando é um serviço clandestino”, disse.
As ações de blitz serão realizadas nos terminais rodoviários para alcançar um público que vez ou outra, mesmo utilizando o transporte regular, é usuário do clandestino também. “Também porque seria inviável fazer um trabalho desse em cada posto de saída de transporte irregular. Os terminais rodoviários do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Belém, João Pessoa, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, São Luís e Recife foram escolhidos para a campanha por serem capitais onde são verificados percentuais expressivos de operação de transporte clandestino”, disse conselheira da Associação, Letícia Pineschi.