DIA DO INVENTOR

Conheça 5 invenções maranhenses que apresentam soluções práticas e sustentáveis para o dia a dia

De luvas recicladas para catar caranguejo a repelentes e hidratantes feitos à base do coco babaçu

Reprodução

Não é de hoje que diversas ideias fazem a diferença na vida das pessoas, já que sempre há algo a ser melhorado e quem sempre busque a solução para isso! O Dia do Inventor é comemorado nesta quarta-feira (4) para destacar a importância dessas pessoas criativas e atentas às mudanças e necessidades da sociedade. Gente que cria, transforma, reinventa e aperfeiçoa pequenas ou grandes utilidades.

Além de mergulhar de cabeça em pesquisas e envolver especialistas para tirar as ideias do papel, como forma de valorizar as vocações naturais do Maranhão, muitos inventores estão apostando nos insumos locais como principal matéria-prima das suas soluções criativas. O Imparcial preparou uma listinha com 5 invenções maranhenses para você conhecer. Confira!

Luvas para catar caranguejo

Ao observar que faltava um método de cata de caranguejo que preservasse o meio ambiente e pensando na reciclagem, no baixo custo e na proteção para os catadores, Rafaela Paixão, 30, formada em engenharia, desenvolveu luvas para a extração dos crustáceos a partir do reaproveitamento de borrachas de pneus, câmaras de ar, látex, fio de aço e fibra de polietileno. Segundo ela, não existia nenhum tipo do produto no mercado.

“As luvas possuem um material que não se desprende facilmente do corpo, evitando a poluição dos mangues, ao contrário dos que são utilizados, pois prejudicam de forma significativa o ecossistema. Percebi que havia só três tipos de cata de caranguejo, uma que é a rede feita de nylon, nociva ao meio ambiente; um gancho de madeira e o próprio braço, que são métodos mais arriscados, porque podem ferir ou até transmitir doenças aos catadores”, explica Rafaela, que já fez melhorias no projeto com sugestões dos próprios catadores e está com o processo da patente em andamento.

Repelente natural contra aedes aegypti e outros insetos  

Você pode até pensar que repelentes assim são comuns, mas talvez não tenha imaginado um natural produzido à base de óleo de babaçu e extrato das folhas de Nim. A ideia surgiu de um comentário despretensioso em sala de aula, feito pela estudante Lívia Dias, 26, à professora Maria Célia Costa, 74. “A professora mencionou sobre outra aluna estar fazendo um trabalho a partir de estudos do Nim como inseticida contra o mosquito da dengue, aí eu comentei: ‘ah, professora, se ele é inseticida para esses mosquitos, poderia ser repelente também!’. A professora gostou na hora”, lembra. A partir de então, a professora conduziu os trabalhos para a criação do repelente.

O produto é um creme-gel que não causa nenhum risco tóxico às pessoas. Enquanto o Nim age como substância repelente, o óleo de Babaçu entra com a ação hidratante. A força tarefa para o desenvolvimento e patenteabilidade do repelente envolveu professores e alunos da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Escova de dentes com cerdas circulares  

Por essa você não esperava! O empresário Carlos Laune, 45, criou o protótipo de uma escova de dente com cerdas de face contínua, em 360° (graus). Segundo Laune, a invenção pretende solucionar os problemas que as escovas de dentes atuais não resolvem na hora da higienização bucal, pois elas têm apenas uma face com cerdas e, dessa maneira, não limpam de modo uniforme os dentes.

“O produto garante mais eficiência na higiene bucal. Com uma estrutura rosqueável, o produto também pode contribuir com o menor custo na fabricação e menor impacto ao meio ambiente, já que o descarte da cabeça pode ser feito após os três meses recomendados de uso e o cabo pode ser utilizado por até dois anos. É uma necessidade de toda pessoa”, diz o inventor. Além disso, no próprio cabo da escova tem um limpador de língua em forma de hélice embutido.

Hidratante que combate efeitos da hanseníase  

O farmacêutico Michael Jackson (nome internacional, mas certidão maranhense mesmo), 33, desenvolveu uma formulação cosmética a partir do óleo de coco babaçu – para fortalecer, segundo ele, um dos produtos do Maranhão – e melhorar a pele de pacientes com hanseníase. “Os pacientes adquirem sequelas da doença ou até do próprio tratamento, ficando com a pele muito seca. A ação do hidratante que desenvolvemos a base de óleo de coco babaçu com a adição de fotoprotetores é evitar a perda de água dessa pele e, assim, manter a estrutura da epiderme hidratada e protegida das agressões dos raios solares. O nosso produto tem uma formulação mais simples. O óleo de coco babaçu ainda é pouco utilizado pela indústria cosmética”, garante.

Além de Michael, o desenvolvimento do produto contou com a colaboração de professores e médicos. O hidratante já está patenteado.

Bomba para tanques de criação de peixes 

Quem diria que uma invenção maranhense iria até incentivar a abertura de uma empresa? Foi exatamente o que aconteceu com o engenheiro de produção Josenilson Cruz, 50, que desenvolveu uma bomba com capacidade de purificar, filtrar, reduzir bactérias, manter a temperatura da água estável e, consequentemente, proteger o meio ambiente. “O equipamento foi desenvolvimento por meio de uma pesquisa onde foi identificado que os equipamentos usados hoje nos sistemas de criação de peixes são arcaicos. Essa é só a primeira parte do projeto. Uma empresa foi criada para desenvolver a segunda parte, que é a tecnológica”, afirma o inventor.

De acordo com Josenilson, a parte mecânica do projeto – primeira fase – já foi patenteada. “Depois vem a parte tecnológica, onde a bomba vai contar com sistema de sensores, que vão identificar os parâmetros por meio de uma plataforma, que vai fazer o envio das informações para os celulares ou computadores dos proprietários em qualquer lugar do mundo. Isso facilita a vida de um criador que esteja lá nos Estados Unidos, pois ele poderá manter e acompanhar sua criação à distância, por exemplo. O sistema manda um boletim completo do viveiro e também consegue fazer uma leitura identificando o tamanho e peso das espécies. O projeto reduz o tempo de cultivo, manutenção com alimento e mão de obra em até 50%, um impacto muito grande economicamente, além de ter o impacto ambiental, porque a água é tratada 24h. O descarte dessa água é reduzido e ela é reaproveitada constantemente dentro desse viveiro”. A bomba será lançada em 2021.

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