DESCONSTRUÇÃO

Transtorno do Espectro Autista: especialistas esclarecem mitos sobre o TEA

O que é verdade e o que não é sobre o TEA, no Dia Mundial dedicado a pessoas com autismo

Reprodução

“Sou apaixonada pelo Cláudio Felipe. Ele é muito especial”, comenta a educadora Darly Machado. Grande fã da música de Carlinhos Veloz, o rapaz de 22 anos – e outras 70 milhões de pessoas no mundo – são foco nesta terça-feira (02). Hoje é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo: data instituída em 2007, com o objetivo de difundir informações para a população sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A data simboliza a luta pela redução na discriminação e o preconceito sofrido por pessoas afetadas pelo transtorno, além da garantia de que recebam tratamento adequado. 

ILHA BELA: Cláudio Felipe, de 22 anos, é apaixonado por música; em particular, o reggae e o trabalho do cantor e compositor Carlinhos Veloz.

Darly Machado é parte da Associação Amigos do Autista do Maranhão (AMA) – um agente na luta para impedir que pessoas com autismo se deparem com a dura realidade enfrentada por Felipe e Darly, no passado:

“O grau [de TEA] do Felipe era conhecido como ‘severo’, e hoje é o Grau Três: ele precisa sempre de uma pessoa para estar com ele. Não tive todo esse apoio na escola. Felipe foi muito rejeitado, há coisas que prefiro não lembrar”, pondera a educadora.

Cláudio Felipe foi diagnosticado com apenas 1 ano e 3 meses – e Darly ressalta a importância do diagnóstico precoce na eficácia do tratamento. “Se não fosse a terapia, o Felipe teria regredido muito.”

O Transtorno do Espectro Autista é uma condição neurológica caracterizada por padrões de comportamento repetitivos, dificuldades na comunicação e interação social, além de interesses restritos e atividades repetitivas.

“O autismo pode ser identificado nos primeiros meses de vida, devido a uma série de comportamentos”, complementa a psicóloga perita Dra. Fabiana Borges Macedo. No caso de Felipe, Darly foi motivada a investigar após perceber que o filho caminhava muito nas pontas dos pés. “As intervenções neuropsicológicas e psicológicas devem ser feitas o mais cedo possível”, atesta a Dra. Fabiana Borges.

Hoje, Darly luta para garantir que outras mães e pais atípicos – pais de pessoas com o TEA – não enfrentem a realidade difícil vivida por ela e o filho no passado.

A legislação atual instaura proteção a pessoas com o TEA, como Cláudio Felipe. A Lei Berenice Piana, por exemplo, prevê a inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho, e que o poder público ofereça o diagnóstico precoce e tratamento adequado. “Porém, acredito que escolas, comunidades e famílias deveriam conhecer melhor [esta lei]”, comenta a Dra. Fabiana Borges.

De mais de 70 milhões de pessoas com autismo no mundo, cerca de 2 milhões são brasileiros; no Maranhão, o número alcança os 7 mil, segundo estimativa mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Lei 13.146 de 06/07/2015 criminaliza a discriminação de pessoas com deficiência, incluindo o TEA – preconceito este mais ligado à falta de informação.

Neste dia 02 de abril, O Imparcial traz os principais mitos e verdades sobre o TEA, esclarecidos por especialistas. Confira a seguir:

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