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“Síndrome do Impostor”: conheça fenômeno que atinge famosas como Juliette e Adele

Mulheres são maiores vítimas do mal em meio a aspectos estruturais e conjunturais, afirmam especialistas.

A Síndrome do Impostor é uma autopercepção ilusória e distorcida das próprias habilidades, que leva indivíduos a acreditarem que não são qualificados para desempenhar tarefas para as quais têm plena competência. (Foto: Reprodução/Internet)

Acordar, olhar-se no espelho e se sentir uma fraude. Viver atormentada por sentimentos de incapacidade e inferioridade.

Relatada recentemente por personalidades como Juliette e Adele, e já abordada abertamente por nomes como Michelle Obama e Meryl Streep, essa sensação, que aflige grande parte das mulheres, tem nome: a “Síndrome do Impostor”.

A Síndrome do Impostor é uma autopercepção ilusória e distorcida das próprias habilidades, que leva indivíduos a acreditarem que não são qualificados para desempenhar tarefas para as quais têm plena competência.

O conceito foi criado em 1978 pelas psicólogas clínicas norte-americanas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes. Mais tarde, autoras como Jessamy Hibberd e Valerie Young finalizaram a sua definição.

“A baixa autoestima intelectual é a principal causadora desse mal paralisante, que costuma apresentar comportamentos duais” descreve a Dra. Marihá Lopes, psicóloga clínica especialista em terapia cognitivo-comportamental, EMDR, psicologia social e pioneira no uso da realidade virtual no tratamento de ansiedade e fobias no Brasil.

“Para algumas pessoas, leva à necessidade de transformar a suposta falta de capacidade em horas de trabalho extra como forma de compensação. Há situações em que a pessoa acaba procrastinando as atividades que precisa realizar pelo receio de não conseguir fazer a tarefa ou até mesmo pelo medo de seu trabalho não ser bem avaliado”, completa.

Um estudo realizado pela Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, mostrou que 70% das entrevistadas, todas executivas influentes, se sentem “uma fraude”, ou seja, não merecedoras dos cargos que ocupam.

Especialistas classificam a síndrome como sistêmica, parte de uma estrutura patriarcal que condiciona as mulheres socialmente. Além disso, muitas delas vivenciaram histórias de assédio e abuso no ambiente de trabalho, abalando a autoestima. 

Segundo a especialista, existem alguns meios para combater esse mal, e o principal deles é reconhecer os seus pontos fortes ao listá-los para criar a consciência das suas capacidades.

“Busque evidências que vão contra essa ideia de incapacidade. Exercite a autoconfiança com relação aos seus talentos e competências, mantendo uma postura de aparente confiança. Isso te ajudará a dar a impressão de que está decidida. E lembre-se: você é capaz. Admire o caminho percorrido para chegar aonde está hoje. E acredite no seu potencial”, aconselha.

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