MARANHÃO

Estado registrou mais de 2 mil casos de hanseníase em 2022

Ações do Janeiro Roxo vão até abril no HAL. O Maranhão registrou aumento de casos de hanseníase no ano de 2022, em relação a 2021.

Após o diagnóstico, o tratamento da hanseníase é através de comprimidos. (Foto: Reprodução)

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), no Maranhão foram registrados 2.099 casos de hanseníase em 2022 e 1.922 em 2021. São Luís, Imperatriz e Caxias são as cidades com maior prevalência de novos casos.

No Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 17.979 casos foram notificados, em 2020. O país é o segundo colocado em casos da doença no mundo, atrás somente da Índia.

O mês de janeiro está acabando, período marcado pelas ações de prevenção à hanseníase, na campanha que ficou conhecida como Janeiro Roxo, mas é bom lembrar que os cuidados devem ser frequentes.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada por uma bactéria, o Bacilo de Hansen, em que a grande maioria das pessoas já possui resistência natural a ela e não adoece. A transmissão ocorre quando uma pessoa doente, sem ter iniciado o tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros. Os sintomas podem surgir entre dois a sete anos, a partir da contaminação.

Os principais sintomas da doença são manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, ao tato e à dor; caroços avermelhados, às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas, entre outros.

De acordo com o dermatologista do Hapvida NotreDame Intermédica, Diogo Pazzini, quando mais cedo for o diagnóstico, melhor, porque o tratamento cura a doença e interrompe a transmissão, assim como previne sequelas. “O tratamento precoce é de fundamental importância porque a hanseníase, em sua fase inicial, afeta a pele e os nervos, causando lesões, e a demora no tratamento pode levar a sequelas incapacitantes, como perda da sensibilidade, alterações motoras e deformidades, que já é a fase mais grave da doença, onde o paciente possui comprometimento neurológico”, alerta o especialista.

Diogo explica que o tratamento é feito através de comprimidos, em um período que varia entre seis meses a um ano, e que é disponibilizado pela rede pública. “A boa notícia é que, logo após a primeira dose do medicamento, o paciente não transmite mais a doença, portanto, ele não precisa mais ficar isolado como acontecia antigamente. Ao longo da história, vencemos o preconceito em torno da hanseníase. Muitas pessoas ficavam doentes e se isolavam em locais afastados da sociedade, e hoje vemos que isso já não faz o menos sentido”.

3 mil casos deixaram de ser notificados

(Foto: Divulgação)

De acordo com a chefe do Programa Estadual de Controle da Hanseníase da SES, Raimunda Mendonça, estima-se que durante a pandemia do Coronavírus cerca de três mil casos tenham deixado de ser notificados.

No estado, o hospital de referência para atendimentos aos pacientes com suspeita ou diagnóstico da doença é o Hospital Aquiles Lisboa, que integra a campanha “Não se esqueça da Hanseníase”, com objetivo de rastreio de casos suspeitos e orientação da sociedade quanto ao surgimento de manchas ou lesões de pele indolores. 

O Hospital oferece todo o tratamento contra a hanseníase, como internação, reabilitação, serviço de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. 

A unidade, que funciona no bairro Bonfim, também possui outras especialidades, como Ortopedia, Neurologia, Reumatologia, Clínica Geral e Pediatria.

Neste ano, as ações se estenderão até o mês de abril, e incluem treinamento de profissionais que atuam na Atenção Básica, apoio à busca ativa de novos casos e ações em parceria com a carreta da NOVARTIS para testagem de casos suspeitos para a doença.

A transmissão da hanseníase ocorre por meio das vias respiratórias (tosse ou espirro), através do contato prolongado com pessoa doente que está sem tratamento. Os remédios bloqueiam a transmissão e são fornecidos pelo SUS.

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