Maranhão registra 10 casos de mortes por dengue
No estado, foram notificados 7.122 casos de dengue, 2.246 de chikungunya e 237 casos de zika.
A preocupação com a proliferação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, cresce na temporada das chuvas. Em 2022, houve aumento de 180,5% dos casos da doença no Brasil, quando comparado ao mesmo período do ano passado, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde (MS).
No Maranhão, de acordo com o Nucleo Geoambiental, da Universidade Federal do Maranhão, a fase é de transição para o período chuvoso, mas os casos de doença provocados pela picada do mosquito tem aumentado.
Embora o estado não figure entre os que tem maior taxa de incidência de dengue, zika e e chikungunya, convém tomar alguns cuidados, antes que a época de chuvas chegue para valer no estado.
Ao portal Brasil 61, o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, disse que o controle do vetor da dengue é o principal método para a prevenção e combate à doença. “O vírus da dengue tem um potencial de distribuição geográfica muito rápido e muito grande, porque a gente tem o vetor. O vetor estando presente, isso faz com que a gente tenha uma maior transmissão e as pessoas infectadas transitam por essas regiões”, afirmou.
De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica 47 de 2022 (2/1/2022 a 26/11/2022) sobre dengue e chikungunya; e zika (2/1/2022 a 19/11/2022) apontam que no Maranhão, foram notificados 7.122 casos de dengue, com incidência de 99,6 casos/100 mil habitantes; 2.246 de chikungunya; e 237 casos de zika.
No Boletim anterior, referentes às notificações ocorridas entre as semanas epidemiológicas 45 (2/1/2022 a 12/11/2022), sobre dengue e chikungunya; e de zika até a SE 44 (2/1/2022 a 5/11/2022) o número de casos prováveis, taxa de incidência (/100 mil hab.) e variação de dengue e chikungunya e zika eram de 6.950, 2.222 e 237, respectivamente.
A variação entre os dois boletins no caso da dengue foi de +2.47%; de chikungunya foi de +1,08%; e de zika se manteve.
Sobre a dengue, em 2021, até 46ª SE, foram notificados 1.188 casos prováveis de Dengue, sendo que 989 foram confirmados, enquanto que, em 2022, até a mesma semana epidemiológica, foram registrados 7.151 casos prováveis, com 5.122 confirmados. Dessa forma, em 2022, verifica-se, até o momento, o AUMENTO de 5.963 (502%) casos prováveis, e de 4.133 (418%) casos confirmados.
Em 2021, somente na 46ª SE , foram notificados 19 casos prováveis de Dengue, sendo que 11 foram confirmados, enquanto que, em 2022, na mesma semana epidemiológica, foram registrados 55 casos prováveis , com 18 confirmados. Dessa forma, em 2022, verificiu-se o aumento de 36 (189%) casos prováveis, e de 7 (64%) casos confirmados.
Até 23 de novembro deste ano, segundo o Boletim Epidemiológico de Arboviroses, ocorreram 10 óbitos por dengue no estado. Outros 3 estão em investigação. São Luís concentrou 3 mortes pela doença. Em 2021 ocorreu 1 óbito; e em 2020, 5 mortes. Os óbitos por chikungunya foram 2, e outros 2 estão em investigação. Sobre zika, nenhum óbito foi registrado neste ano.
Saiba Mais
As arboviroses são caracterizadas por um grupo de doenças virais transmitidas, em áreas urbanas e/ou rurais, pelo Aedes aegypti e outros mosquitos. De acordo com a SES, nos últimos 5 (cinco) anos, há o registro das arboviroses Dengue, Chikungunya e Zika em todas as Regiões do Maranhão. “Essas doenças estão associadas aos surtos e epidemias devido à rapidez de sua transmissão em localidades de alta infestação pelos mosquitos vetores, circulação dos vírus causadores das infecções e grande número de pessoas suscetíveis”.
Podem se manifestar com quadros leves, moderados e ainda provocarem quadros com complicações e gravidade, como síndromes neurológicas, problemas articulares limitantes, síndrome hemorrágicas, inclusive levar à óbito.
A Zika Vírus ainda está associada à ocorrência de microcefalia e outras malformações congênitas. Devido a magnitude dessas doenças, é fundamental o monitoramento permanente da infestação e dos níveis de incidência, bem como da adoção de medidas de prevenção e controle nos territórios.
O transmissor
O Aedes aegypti prolifera no período de chuvas e gosta de água limpa. O fluxo intenso de chuvas que tem caído no estado, especialmente na região metropolitana desde o início do ano é um fator propício para a proliferação do mosquito.
O Aedes tem uma fase aquática e outra terrestre, aproveitando qualquer recipiente artificial ou natural que contenha água por um período de tempo que permita que as larvas de mosquito se desenvolvam dentro dele. Portanto, a medida de prevenção mais importante é a eliminação da maioria dos locais de reprodução de mosquitos em nosso ambiente.
Os recipientes ideais para a reprodução deste mosquito podem ser desde grandes a pequenos com água permanente ou que contenham água temporária. Portanto, é aconselhável:
- Tampar os tonéis e caixas d’agua;
- Manter as calhas sempre limpa;
- Manter lixeiras bem tampadas;
- Deixar garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
- Deixar ralos limpos;
- Adicionalmente barreiras físicas podem ser medidas adotadas, tais com telas mosqueteiras, cortinas de vento, entre outras.