Fogos de artifício: o terror dos animais
Felinos e caninos são os animais de estimação que mais sofrem com os barulhos de artefatos pirotécnicos.
Nesses últimos meses passamos por inúmeras comemorações, só no mês de outubro foi Libertadores, Copa do Brasil e Eleições, e em breve teremos a Copa do Mundo, Natal e Ano Novo.
Sabe o que não falta nessas comemorações? fogos de artifícios por todas as cidades brasileiras.
Se esse problema já afeta e irrita meros cidadãos que também fazem parte das comemorações, imagina quem convive com idosos, crianças, animais de estimação ou algum tipo de problema auditivo.
O Jornal O Imparcial conversou com o veterinário Renan Morais, especialista em cirurgia animal, que nos explicou um pouco mais sobre os efeitos colaterais desses estrondos próximo ao animal (felino e canino) e como podemos planejar um ambiente que seja livre de ruídos.
Por que barulhos afetam a saúde do animais?
Segundo o veterinário Renan Moraes, os felinos, como gatos, que são naturalmente caçadores, tem uma audição altamente apurada, assim como o olfato que “alcançam mil metros”, afirma.
Com os cães a capacidade auditiva também é diferente, para efeitos de comparação, o ouvido canino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hz (Hz = Hertz, uma unidade de medida da frequência de uma onda) e 40.000 Hz.
O especialista afirma que a diferença entre a detecção de som dos humanos comparados ao do cão, chega a ser quatro vezes mais distante.
Um dos efeitos colaterais de imediato após o estrondo dos fogos de artifícios é o susto no animal pode causar convulsão, alteração do sistema muscular do gato ou cachorro, causar baba, causar medo e alterar o temperamento do animal, fazendo com que ele se esconda.
O especialista garante que os fogos de artifícios não causam surdez absoluta no animal, mas altera temporariamente o foco, podendo agravar a situação, enquadrando o felino ou o canino no diagnóstico de depressão.
“Se o dono não tiver uma percepção e sensibilidade que os fogos (de artifício) causam traumas no gato, ele parara de comer, de beber e pode desenvolver um problema renal”, explica.
O que fazer?
Quando estiver em dias comemorativos com previsão de estouros de fogos de artifícios, há algumas recomendações que podem diminuir os ruídos e assim não afetarem em nada o equilíbrio emocional do animal.
São elas: resguardá-lo em um quarto que não seja próximo à rua, fechar portas e janelas do local que o animal estará, colocar tampões de algodão no ouvido do animal, seja gato ou cachorro e manter o ambiente em que ele está sem movimentação de pessoas para que possa repousar.
Lei de proteção
Foi aprovada na Assembleia legislativa do Maranhão na sessão do dia 12/07/2022 o Projeto de Lei 281/2022, proíbe o manuseio, utilização, queima, soltura e proibição de comercialização de fogos de artifício de estampido.
A PL proíbe sons que que ultrapasse a emissão de 100 decibéis a 100 metros de deflagração pelo artefato.
De autoria do deputado Neto Evangelista (DEM), a proposta aprovada tem como foco proteger várias categorias prejudicadas quando em exposição aos barulhos de artefatos pirotécnicos.
Principalmente pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), com deficiência, recém-nascidos, idosos e animais que sentem medo, pânico e podem ter reações descontroladas que podem levá-las à morte.