Nova alta? Covid-19 volta a preocupar
O último boletim divulgado apontava para a existência de 2.969 casos ativos da covid-19.
No município de Rosário, o uso de máscaras passou a ser obrigatório em locais públicos e de uso coletivo da cidade, a partir do decreto 291/2022 publicado no dia 6 de julho pela Prefeitura de Rosário. A ação foi motivada pelo registro de grande quantidade de novos casos de contaminação por Covid-19 no município.
De acordo coma Prefeitura, o município registrou na primeira semana de julho um aumento de 940% nos casos notificados.
Além dessa determinação, o decreto torna facultativo o uso do equipamento em local aberto, e proíbe eventos e festividades que possam ocasionar qualquer tipo de aglomeração. O documento também reforça as outras medidas preventivas contra o Covid-19 como o distanciamento social.
“Os pedidos de licenças e autorizações para festividades e demais eventos que possam ocasionar qualquer tipo de aglomeração, deverão ser indeferidos para o período compreendido nos próximos 15 (quinze) dias, ficando suspensos os anteriormente concedidos para o período mencionado”, diz o decreto.
Assim como em Rosário, os casos de Covid-19 tem registrado aumento no Brasil e no Maranhão. Para se ter ideia, de acordo com o boletim do dia 7 de julho do Painel Covid do Maranhão, foram registrados 606 novos casos, sendo 99 na Grande Ilha, 58 em Imperatriz e 449 nas demais regiões do estado. Dois óbitos foram registrados nas cidades de Codó (1) e Santa Luzia (1). No dia 5 de julho haviam 364 casos, no dia 6, 482 no estado.
No Maranhão, de acordo com último boletim, haviam 2.969 casos ativos. 2.859 em isolamento domiciliar, 57 internados em enfermaria e 53 internados na UTI. O Maranhão, no dia 7, tinha 445.140 casos confirmados, 10.902 óbitos, e 431.269 pessoas recuperadas.
Na Grande Ilha, a taxa de ocupação de leitos exclusivos para Covid é de 60% na UTI e 57,14% na enfermaria. Em Imperatriz, são 30% na UTI e 20% na enfermaria. No dia.
De acordo com o painel Covid, até o dia 22 de junho não havia nenhuma internação no estado. A partir do dia 22, a taxa de ocupação passou a 20% na UTI e 45% de leitos clínicos. Desde então, essas taxas vem crescendo.
O aumento de casos de Covid no Brasil tem preocupado as autoridades, e o calendário vacinal e o uso de máscaras tem sido a recomendação para evitar que mais casos se propaguem e que a taxa de transmissão volte a crescer.
Cenário
No dia 11 de março de 2022, a obrigatoriedade da máscara em locais fechados caiu, por força de decreto, no estado. Tendo em vista a taxa de transmissão baixa, o número de internações e mortes em queda no estado.
Para o médico epidemiologista e professor da Universidade Federal do Maranhão Antonio Augusto Moura, é preciso cautela. “A maioria dos cientistas continua recomendando o uso de máscaras em ambientes fechados, especialmente quando houver aglomeração. Enquanto o vírus continuar circulando em locais de baixa vacinação corremos o risco de aparecer variantes mais agressivas”, disse.
De acordo com o Instituto Butatan, ainda que o número de infecções por Covid-19 continue aumentando e pressões evolutivas levem ao surgimento de novas variantes do SARS-CoV-2, não deve haver um aumento expressivo de óbitos porque a vacinação completa vem impedindo o agravamento da doença para internações e mortes.
Essa é a opinião do presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, para quem os imunizantes atualmente em uso no Brasil têm oferecido proteção inclusive contra a variante ômicron do SARS-CoV-2, cepa predominante no mundo e que tem dado origem a diferentes sublinhagens.
A vacina e a infecção
Mas porque os vacinados ainda se infectam? De acordo com o virologista Edison Durigon, em depoimento ao Instituto Butatan, todas as vacinas que conhecemos protegem da manifestação da doença, mas não protegem da infecção – isso vale até mesmo para imunizantes como sarampo ou poliomielite, recebidos na infância. “Nós temos a falsa impressão de que a vacina protege contra a infecção porque não pegamos essas doenças. Mas se eu entrar em contato com o vírus do sarampo, por exemplo, eu posso ser infectado. A diferença é que, por estar vacinado, o sistema imune reconhece e começa a combater o patógeno rapidamente, antes da doença se desenvolver”.
O cientista ressalta que os imunizantes cumpriram o seu papel em reduzir a mortalidade e os casos críticos. “Na primeira onda da variante ômicron, a mais recente, 90% dos óbitos foram de pessoas não vacinadas. As vacinas foram muito importantes. Sem elas, nós teríamos hoje três vezes mais mortes do que tivemos.”
E por falar em vacina, elas estão disponíveis para quem já vai tomar o reforço da 4ª dose, mas também para quem está com o esquema vacinal atrasado. Pelo governo do estado, pessoas com 30 anos ou mais podem receber a quarta dose em pontos como: IEMA Rio Anil (Antigo Cintra), Policlínica Cidade Operária e Policlínica Vinhais.
Por conta do crescente de casos, o governo do estado voltou a fazer testagem rápida no Parque do Rangedor (até o dia 16 de julho) e também a disponilizar ambulatórios para pessoas diagnosticadas com o vírus, e que estejam com sintomas leves.
Do dia 11 a 16 de julho, os pontos de testagem e ambulatórios funcionarão nas unidades da Secretaria de Estado da Saúde, são elas: Policlínica do Coroadinho; Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), no Anil (antigo Cintra); e na Escola de Saúde Pública do Maranhão, localizada no Centro Histórico.
Os agendamentos para a testagem nesses pontos podem ser realizados por telefone através do Disque Saúde, (98) 3190-9091, nas unidades do Viva Procon (Shopping da Ilha, Beira-Mar, Shopping Pátio Norte, Terminal São Cristóvão e BR-Distrito Industrial), através do site (www.procon.ma.gov.br) ou aplicativo do Procon.
Além dos pontos que funcionarão na próxima semana, segue em funcionamento o Centro de Testagem do Hospital Dr. Genésio Rêgo.
“A vacinação contra a Covid-19 tem contribuído para a predominância de casos leves da doença no Maranhão. Diante disso, continuaremos intensificando as ações de vacinação contra a doença em parceria com os municípios maranhenses”, acrescentou Tiago Fernandes, secretário de Estado da Saúde.
O calendário vacinal da Prefeitura de São Luís para a semana de 11 a 15 de julho, ainda será divulgado.