Estima-se que de 1 a 2% da população mundial convive com glaucoma, e pelo menos 111,8 milhões de pessoas podem sofrer com a doença em 2040, segundo estimativa da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira. No Brasil, há perto de 1,5 milhão de pessoas com glaucoma.

Assim, o Conselho e a Sociedade Brasileira de Glaucoma estão, neste mês de maio, com uma série de atividades com foco no diagnóstico e no tratamento precoces do glaucoma, considerado a maior causa de cegueira evitável.

Neste sábado (21), ocorrerá o ponto alto da campanha, com a realização de uma maratona de atividades nas redes sociais do CBO: o 24h pelo Glaucoma. “Estamos juntos nessa campanha com o Conselho e a Sociedade, e oftalmologistas de todo o Brasil, dispostos a tirar dúvidas e ajudar a prevenir essa doença tão grave que é a maior causa de cegueira irreversível do mundo”, disse a Dra. Raissa Bruna Moreira Lima, presidente da Sociedade Maranhense de Oftalmologia.

A doença é a segunda maior causa de cegueira no mundo, segundo especialistas. A principal é a catarata.  Apesar da gravidade do quadro, quatro em cada dez pessoas não sabem o que é, de acordo com levantamento realizado pelo Ibope Inteligência.

Conforme destaca o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, em 80% dos casos o paciente não apresenta sintomas logo que se instala a doença.

Segundo o médico oftalmologista, professor de Medicina da Faculdade Pitágoras, doutor Abraão Neto Kós, o glaucoma é uma enfermidade que provoca a atrofia do nervo óptico, responsável por conectar o olho ao cérebro, interrompendo, assim, a transmissão dos sinais entre esses dois órgãos e levando à cegueira.

No geral, a doença ocorre devido ao aumento da pressão intraocular. Trata-se de um processo lento, que pode progredir durante anos, até o aparecimento dos primeiros sintomas.  “Na fase inicial da doença alguns pacientes não sentem nada, o que caracteriza o glaucoma como uma doença perigosa. Muitas pessoas recebem o diagnóstico quando já está no processo de deterioração da visão”, alerta o especialista.

Para evitar complicações e um diagnóstico tardio, o aconselhável é consultar um oftalmologista uma vez por ano. Entretanto, para quem já realiza tratamentos, principalmente em casos de enfermidades progressivas, o correto é ir às consultas em períodos mais curtos, orienta o profissional.  

“A melhor maneira de prevenir o glaucoma é fazendo o exame oftalmológico anualmente, com a medida da pressão ocular. O diagnóstico precoce pode evitar a cegueira, o que reforça a importância dos exames de rotina. As pessoas que têm histórico familiar devem realizar acompanhamento semestralmente”, enfatiza.

A maioria das pessoas não apresenta sintomas, mas com o passar dos anos e se não tratado devidamente, o paciente com glaucoma tende a ter a visão periférica prejudicada. 

Fique atento (a) aos sinais: perda da visão lateral intermitente; visão embaçada; olhos vermelhos; dor súbita; inchaço palpebral; náuseas e vômitos (em casos agudos ou avançados).

Mais de 20 mil pessoas atendidas em 2022

Desde o início do ano o Programa do Glaucoma, do governo do estado, está fazendo mutirão nos municípios maranhenses. Até então, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, foram atendidas 20.388 pessoas.

Na semana que passou, foram atendidas pessoas das cidades da Regional de Saúde de Caxias, a exemplo dos municípios: Buriti, Duque Bacelar, Afonso Cunha, Coelho Neto, Aldeias Altas, Caxias e São João do Sóter.

A SES informou que em 2021 realizou 46.004 atendimentos. 

“Nossa missão é dar continuidade aos serviços e seguir avançando no fortalecimento da rede de atendimento, nos assegurando de que a assistência chegue para as pessoas que mais precisam. E o Programa do Glaucoma é um exemplo dos serviços que estão tendo continuidade”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes.

Para ter acesso aos serviços oferecidos através do Programa do Glaucoma, a população deve comparecer no horário e local estabelecido e apresentar documento de identificação com foto, cartão do SUS e comprovante de residência.