Falta de ar, respiração curta, aperto no peito ao respirar. Vendo assim, até parece que estamos falando de uma pessoa com o vírus da Covid-19, mas esses são alguns dos sintomas de quem vive com a Asma.

A inflamação crônica que afeta as vias aéreas ou brônquios é considerada uma das doenças crônicas mais comuns do Brasil. Estima-se que no país existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos, tendo como vítimas tanto crianças quanto adultos, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

Um levantamento do banco de dados do Sistema Único de Saúde, o DATASUS, mostrou que ocorrem por ano no Brasil, em média, 350.000 internações causadas pela doença. Sendo que, de 3 a 6 pessoas morrem por dia em decorrência da inflamação.

Para a empresária Vânia Bezerra a doença já faz parte da sua vida. 

“Não lembro de uma fase da minha vida que não tenha vivido ao lado dessa doença. Já cheguei a não conseguir dormir direito, gargalhar ou correr”, afirma ao lembrar das crises que marcaram sua adolescência.

Há 14 anos a empresária tem como amiga inseparável a sua bombinha, um dispositivo inalatório que serve para liberar doses de broncodilatadores ou corticoides, medicamentos de ação rápida que agem diretamente nos brônquios e nos pulmões e facilitam a respiração. 

“Quando viajo ou sei que vou ficar longas horas fora de casa, coloco logo a minha bombinha na bolsa para não esquecer. Apesar de hoje a doença já estar mais controlada, prefiro não arriscar”, conta.

Atenção aos sintomas da doença!

O pneumologista do Hapvida Saúde, Dr. Carlos Nogueira alerta para alguns dos principais sintomas da Asma. 

“Os sintomas podem surgir de uma hora para outra, mas acontecem depois que o paciente é exposto a algum fator que altera as suas vias respiratórias. Ou seja, um ambiente que prejudica a sua respiração, pois vai desencadear uma alergia ou um cansaço excessivo. Sinais como dificuldade para respirar, lentidão ou dificuldade para encher os pulmões, crises de tosse, com maior frequência durante a noite, forte sensação de pressão no peito ou ruído enquanto respira precisam de atenção redobrada”, aconselha.

O especialista esclarece que sintomas isolados não caracterizam necessariamente Asma. 

“É importante levar em conta que os bebês e crianças até os seis anos de idade, quando tem alguma infecção viral da via aérea, podem apresentar chiado no peito e não necessariamente ser uma Asma. Outro perigo é associar cansaço e falta de ar aos idosos. Isso pode ser muito perigoso porque o idoso pode ficar cada vez com mais falta de ar e caso não busque um tratamento pode ser pior”.

Gatilhos

Assim como toda doença, existem gatilhos que desencadeiam as crises em pacientes asmáticos. “O que vai desencadear uma crise asmática é a exposição a agentes irritantes. 

Pó, poeira, mofo, perfumes, odores fortes são alguns dos gatilhos que podem ser mais prejudiciais para alguns pacientes do que para outros”, revela o especialista. 

O pneumologista orienta ainda que pacientes que sofrem com asma precisam estar sempre atentos e evitar situações que podem o expor a uma crise. As pessoas que convivem com um asmático, como pais, mães, familiares e amigos, devem ficar atentos.

Asmáticos podem fazer atividade física?

Para muitas pessoas, asma e atividade física não combinam. Devido a dificuldade de respirar e o cansaço excessivo que o paciente sente durante uma crise, é natural tentar evitar qualquer atividade que vai exigir muito fôlego. 

No entanto, o pneumologista pontua que a doença não é um impeditivo para a prática de exercícios. “Pelo contrário, as atividades podem até contribuir com o quadro do paciente. 

Não à toa, a asma é a doença crônica mais comum entre os atletas olímpicos. Profissionais como a jogadora de futebol Marta, o ex-nadador e medalhista olímpico Fernando Scherer e o ex-jogador inglês David Beckham são pessoas asmáticas”, destaca.

O professor de Educação Física do Centro Universitário Estácio São Luís, Rafael Furtado, afirma que a prática de esportes podem até prevenir crises de asma. “A atividade física serve para melhorar o condicionamento cardiorrespiratório de quem se exercita, não seria diferente com o asmático que, consequentemente, aumenta sua a tolerância ao esforço”.