Novembro Azul

Registrados 221 casos de câncer de próstata no Maranhão

De acordo com o governo do estado, até o momento foram registrados 221 casos de câncer de próstata, em 2019 foram 851, uma queda, portanto, de 74%

Reprodução

No Maranhão a estimativa de casos novos de câncer de próstata para 2020, segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), é de 1850, e na capital, 350. De acordo com o governo do estado, até o momento foram registrados 221 casos de câncer de próstata, em 2019 foram 851, uma queda, portanto, de 74%, verificada por um ano atípico em que muitos acessos a consultas e exames foram impossibilitados por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus. Ainda segundo dados do governo do estado do Maranhão, foram registrados 16 casos de câncer de pênis com tratamento realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. Em 2019, foram 41 registros.

Considerada uma doença da terceira idade, o câncer de próstata ocorre em 75% dos casos no mundo a partir de 65 anos de idade. A estimativa do Inca aponta o registro de 65.840 novos casos em 2020 no Brasil, colocando este tumor como o segundo em mortalidade, e cerca de 15 mil mortes/ano em decorrência da doença no Brasil, para cada ano do biênio 2018/2019. No Maranhão, ele é tipo mais notificado entre os homens com 67,52% de registro na capital e 52,57% no estado. Os outros tipos de câncer que mais acometem os homens são estômago (15,67% na capital e 8,02% no estado), e colón e reto (14,95% na capital; 5, 86% no estado), excetuando-se o câncer de pele.

O aumento do diagnóstico e a melhoria na qualidade dos sistemas de informação no país são fatores que contribuíram para o crescimento nas taxas de incidência no Brasil. O movimento Novembro Azul teve início em 2003, na Austrália, para chamar a atenção sobre a prevenção e o diagnóstico precoce das doenças que atingem a população masculina, com ênfase na prevenção do câncer de próstata.

“O câncer de próstata é o mais comum no Brasil e no mundo em homens, não relacionado ao câncer de pele. O câncer de próstata é o câncer da eminência do envelhecimento masculino, quanto mais envelhecemos maior a chance de termos câncer de próstata. E a incidência vem aumentando à medida que são feitos os diagnósticos. Com certeza ainda existe preconceitos, mas isso já deu um salto. Com o Novembro Azul melhorou bastante a procura do homem em busca da saúde e a tendência é a gente continuar fazendo essa massificação da informação e isso melhorar ainda mais”, disse o Urologista geral do Hapvida Saúde, Mestre em Uro-oncologia pela Unicamp, Elimilson Brandão.

O mês de novembro foi escolhido para a prevenção masculina justamente porque no dia 17 se comemora o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. “Os homens precisam entender que o tempo para cuidar da saúde não é só no novembro azul. É dezembro, janeiro, fevereiro, todos os meses são importantes para fazer essa triagem, essa prevenção, então previna-se, procure seu urologista e faça sua avaliação prostática anualmente. Homens a partir de 50 anos, homens negros e homens que tenham histórico familiar devem iniciar essa triagem com 45 anos de idade”, disse Elimilson Brandão.

Campanha no estado

No estado, a campanha realizada pela Secretaria de Estado da Saúde tem como tema “Ê siô, te cuida! Saúde é coisa séria! ”, que tem, entre as ações propostas para o período, realização de cirurgias urológicas em várias cidades do Maranhão, através da rede estadual de saúde pelo Programa Mais Cirurgias. A abertura da campanha será neste sábado, 7, a partir das 14h, com jogos e atividades físicas, na Avenida Litorânea.

O secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, destaca a importância de ações voltadas para a saúde integral do homem. A coordenadora do Departamento de Atenção à Saúde do Adulto e Idoso da SES, Claudiana Cordeiro, disse que o Novembro Azul, surge como uma campanha que tem como objetivo discutir a questão do câncer de próstata, de pênis e atualmente também a questão do câncer de boca, na perspectiva da prevenção e principalmente da saúde integral do homem.

Na capital, o Hospital Dr. Carlos Macieira está realizando, desde o mês de outubro, cirurgias urológicas eletivas, por meio do Programa Mais Cirurgias. Ao todo, serão 200 procedimentos, que começaram a ser realizados no mês de outubro e deverão ser executados até o mês de dezembro. Após terem sido aprovados na avaliação pré-cirúrgica, os pacientes são submetidos a procedimentos de próstata, rins e bexiga.

Saiba mais

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, que pesa cerca de 20 gramas e se assemelha a uma castanha. Fica localizada abaixo da bexiga e sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma.

Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são:  dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

Dentre os fatores de risco estão: histórico familiar de câncer de próstata (pai, irmão e tio), raça (homens negros sofrem maior incidência deste tipo de câncer), obesidade.

A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico).

Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom transretal. O exame de toque retal e de PSA, são os principais meios para detectar a doença precocemente, quando as chances de cura são maiores e os tratamentos, menos invasivos.

Toque retal

O urologista Elimilson Brandão destaca que o toque retal não é o mais importante para a detecção do câncer se for feito isoladamente. “Se o paciente fizer só o toque retal, há uma chance de quase 60% de deixar passar um câncer despercebido. Para uma avaliação completa há um tripé para o câncer de próstata, que é o toque retal, o PSA e o ultrassom, para se fazer o rastreamento do paciente. O toque retal consegue identificar até 80% dos nódulos que o paciente possa ter na próstata, na periferia, mas, se ele tiver nódulo central, o toque não consegue identificar, o que é possível ser feito pelo ultrassom”, explica o médico.

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