RETOMADA

OMS alerta que será difícil reabrir escolas em regiões de transmissão intensa

Apesar das dificuldades, a Organização reconhece a importância da volta às aulas

Os médicos e autoridades Mike Ryan e Tedros Adhanom Ghebreyesus também alertaram contra a redução das restrições de bloqueio muito cedo. Foto: Salvatore Di Nolfi / EFE - EPA - arquivo

De acordo com o chefe de operações da Organização Mundial da Saúde (OMS), Myke Ryan, a retomada das aulas presenciais nas escolas têm que ocorrer da forma mais segura possível. A entidade veio a advertir, nesta quarta-feira (19), que instituições em locais cuja taxa de transmissão da covid-19 seja alta, devem ser mais cautelosas nas retomadas.

Segundo o chefe, o centro da estratégia deve se basear na diminuição das taxas de contaminação nos locais onde as escolas serão reabertas. A vulnerabilidade delas pode ser uma porta para potenciais picos de contaminação.

“Escolas são parte da comunidade (…) as taxas precisam cair na comunidade. É difícil trazer (a escola) de volta quando há transmissão intensa” afirmou.

Ele ainda destacou a flexibilidade que algumas escolas têm adotado para solucionar o problema, como a redução de alunos por professores, separação de mesas e locais para higienização. Para ele, é necessário que as escolas adotem um plano para identificação de casos suspeitos e tomem as devidas providências. De acordo com a diretora técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, uma pessoa pode manter o vírus em seu corpo por um longo tempo, tempo cujo estudos estão sendo feitos para definir.

Outro ponto que foi discutido e destacado pelo representante é a situação de regiões mais pobres, que acabam sendo mais vulneráveis à doença. A falta de fiscalização e recursos preventivos à doença acabam possibilitando uma maior taxa de transmissão da covid-19, “mais uma vez, são os mais pobres e excluídos os que estarão sob maior risco”, lamentou.

Foco nos próximos seis meses

Com os fatos à mesa, Ryan e Maria Kerkhove insistem para que governos de países do mundo inteiro invistam em testes de rastreamento nos próximos seis meses. Eles afirmam que as etapas necessárias nos próximos seis meses se complementam em tesar, rastear e isolar.

Se não houver o posicionamento favorável por parte dos países, possíveis novos confinamentos e novas ondas de contaminação podem atingir a população, alertam. Ainda de acordo com eles, governos não estão comprometidos suficientemente com estratégia.

“O centro da estratégia para os próximos seis meses no controle da doença: dar mais atenção para testar, identificar caso, identificar os contatos e pedir quarentena dessas pessoas. Se isso for adotado, reduziríamos o número de casos e é a fraqueza desse sistema que está causando problemas. Estamos diante de uma escolha difícil: ou teremos um novo salto da doença e vamos para novos lockdowns – o que sabemos que não é a forma mais eficiente – ou optamos por testar e isolar as pessoas identificadas” alegou.

Em seu discurso, ele conta que os investimentos na arquitetura de contenção e sistema de isolamento de pessoas é tão importante quanto os da economia, e que a atual pandemia mostrou as injustiças sociais pela situação de países mais pobres que já vem lidando com casos de outras doenças, mas que a covid-19 é muito pior pois atinge o mundo inteiro.

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