SAÚDE

Doença do silicone ou ASIA: Saiba o que é e os principais sintomas

A Doença do silicone, conhecida em inglês como síndrome ASIA é uma doença autoimune inflamatória induzida por adjuvantes

Cerca de 60 sintomas são relacionados a doença do silicone. Foto: Reprodução

No último mês a digital influencer Gabriela Soares, conhecida nas redes sociais como Rica de Marre, comentou em seu perfil sobre o desejo de realizar a retirada da prótese de silicone devido a uma doença autoimune conhecida como “Doença do silicone”. Em seu relato, a criadora de conteúdo digital comentou sobre algumas reações inflamatórias que tem sentido desde que realizou o implante.

A enfermidade também chamada em inglês como síndrome ASIA é uma doença autoimune inflamatória induzida por adjuvantes, ou seja, agentes que intensificam o sistema imunológico, aumentando a produção de anticorpos ou estimulando os linfócitos.

Segundo um periódico da aérea da saúde, o Journal of Autoimmunity, vários fatores podem contribuir como gatilho para o desenvolvimento de doenças inflamatórias ou autoimunes em pessoas com pré-disposição, e um deles é o silicone.

Nos anos 90, o silicone era considerado um material inerte e, portanto não desencadearia fenômenos imunes. As pesquisas que relacionam o implante e a doença ainda estão em desenvolvimento, já que em estudos anteriores eram considerados somente pacientes que possuíam todos sintomas de doenças autoimunes já conhecidas.

Cerca de 60 sintomas são relacionados a doença do silicone, dentre eles os mais comuns são: fadiga crônica, sono não repousante, distúrbios do sono, manifestações neurológicas, alteração cognitivas, perda de memória, febre, boca seca e dores nas articulações.

“Durante muitos anos tratei doença autoimune sem saber que estava relacionada à prótese de silicone”

Juliana Guitel, 46 anos, coach de sáude e emagrecimento, realizou seu primeiro implante de silicone em 1998, aos 24 anos de idade e logo na primeira experiência teve complicações e sofreu uma concratura capsular, ou seja, a cicatrização em volta do tecido mamário foi anormal.

“As próteses já não combinavam com meu estilo de vida” Juliana Guitel Foto: Reprodução Instagram

Por conta disso, a coach de sáude e emagrecimento realizou a colocação de uma nova prótese em 2005 e logo após a segunda cirurgia, começaram os primeiros sintomas da síndrome ASIA. Falta de sensibilidade na mama, enrijecimento dos seios e dor contínua.

Juliana ainda afirma que tratou e conseguiu estabilizar a doença autoimune, mas a prótese funcionava como um gatilho inflamatório. “Só consegui relacionar os sintomas à doença quando vi o depoimento de uma conhecida em uma rede social”, contou.

O próximo passo de Juliana seria a remoção do agente indiciador da doença para uma possível melhora. A coach realizou a cirurgia de explante dia 22 de agosto de 2020 e não teve dificuldade de encontrar um profissional que realizasse a cirurgia graças a um grupo de apoio que há no Facebook. O procedimento foi feito com um médico cirurgião que tem experiência comprovada com explantes e já não realiza implantes de próteses desde janeiro de 2020.

Poucos dias após a cirurgia, Juliana Guitel já percebeu melhoras nos sintomas, alguns que convivia desde a implantação da primeira prótese. “Há vinte anos sofria com dor muscular, ela sumiu imediatamente após a cirurgia”, declarou Juliana.

“Era como se meu corpo quisesse expulsar aquele corpo estranho de dentro de mim”

Com Raíssa Duran também não foi diferente. A mulher de 27 anos realizou a cirurgia de implante de silicone em 2016 e após quatro anos percebeu alguns sintomas comuns à Juliana.

Alergia, dor nas articulações das mãos e dos pés, além de queimação e dor nas mamas eram recorrentes na vida de Raíssa. Durante um bom tempo a professora de Yoga prosseguiu sem diagnóstico, até que decidiu buscar informações na internet.

“Eu comecei a ver que várias outras mulheres também possuíam os sintomas da síndrome ASIA ou Doença do silicone que eu também tinha. Isso foi por conta de pesquisas em redes sociais quando coloquei sobre dores nas mamas, porque eu desconfiava que seria dos implantes, era uma queimação muito forte” disse Raíssa Duran, professora de Yoga e DJ

A DJ também realizou a cirurgia de explante no mês de agosto de 2020 e em poucos dias já percebeu a melhora de alguns sintomas e assim como no caso de Juliana, as dores sumiram imediatamente após a cirurgia.

Redes de conscientização e apoio

Páginas nas redes sociais tem sido de extrema importância no processo de conscientização dos perigos que a prótese de silicone traz à saúde das pessoas que optam por colocá-las.

Flávia Faria, criou um perfil no Instagram em fevereiro de 2020, logo após a sua cirurgia de explante. A página Silicone Free tem o propósito de compartilhar os riscos dos implantes de silicone e sobre alertar sobre a doença.

Página funciona como rede de apoio e conscientização. Foto: Print Instagram

Durante sua experiência, Flávia afirma que ao conhecerem a página várias mulheres já desistiram da colocação da prótese e outras realizaram explantes. Além disso, o perfil funciona como rede de apoio às mulheres na “jornada do explante” orientando-as durante o processo.

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