Ministério da Saúde tem 72 horas para explicar mudança na divulgação de mortes
Novo formato do boletim não inclui o acumulado de mortes e casos confirmados do coronavírus no país
O ministro interino da Saúde, general do Exército Eduardo Pazuello, tem um prazo de 72 horas para enviar informações detalhadas sobre o motivo do governo ter mudado a forma de divulgação dos dados sobre morte por novo coronavírus no país. A determinação para envio das informações foi solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) que instaurou um procedimento extrajudicial para apurar o caso.
O procedimento foi aberto pela Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral que pediu informações e documentos, o que inclui a cópia do ato administrativo que determinou a retirada do número acumulado de mortes por Covid-19 do painel.
O ministro interino também deverá esclarecer se houve outras modificações e subtrações de dados do país em relação à pandemia. Se caso confirmado, Eduardo Pazuello terá que explicar os fundamentos técnicos para tal decisão.
O MPF solicitou esclarecimentos sobre a urgência que determinou a alteração e eventuais outras modificações que tenham resultado na restrição a publicação dos dados. Para o órgão a transparência é uma regra no Poder Público e não deve haver exclusão de estatísticas.
O último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde indicavam 904 mortes nas últimas 24 horas e 27.075 novos casos confirmados, sem o número total, que chegou a 35.930 infecções e 672.846 mortes, unindo os dados anteriores.
Outra mudança, além da exclusão de informações, é o horário em que o boletim é divulgado. Antes ele era liberado às 17h, depois passou para as 19h e agora o Ministério da Saúde só divulga o documento às 22h, segundo o presidente Jair Bolsonaro para não correr o risco de subnotificação.