Segunda onda de contaminação da covid-19 na China sugere mutações no vírus
Novos pacientes parecem carregar o vírus por mais tempo, segundo especialistas
A segunda onda de contaminação provocada pelo novo coronavírus na China sugere, para os especialistas, que o vírus tenha sofrido mutações por conta da sua maior persistência no organismo dos pacientes. Dessa vez, no país, as províncias de Heilongjiang e Jilin já registraram transmissão comunitária da covid-19.
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Segundo informações do médico Qiu Haibo, um dos responsáveis por controlar a epidemia em Wuhan e que agora atua no nordeste do país, os novos pacientes levam mais de duas semanas para apresentar os sinais da infecção e também demoram mais para testar negativo. Essa demora preocupa porque o risco de transmissão aumenta.
Os sintomas também são diferentes. Enquanto em Wuhan vários pacientes tinham órgãos como rins, coração e intestino afetados, atualmente o vírus parece estar mais focado nos pulmões dos infectados. Além disso, um menor número de pacientes relatou febre. A boa notícia em meio a tudo isso é que a maioria dos pacientes – 90% – não evoluiu para quadros críticos.
Lockdown na cidade de Shulan
A região nordeste da China é o novo foco de preocupação do governo local após as pessoas voltarem a ser contaminadas pelo coronavírus nas últimas semanas. As infecções ocorreram na província de Jilin, que faz fronteira com a Rússia e a Coreia do Norte. Os novos casos levaram ao decreto do lockdown na cidade de Shulan.
A cidade que conta com cerca de 700 mil habitantes teve todos os locais públicos e escolas fechados e o transporte público suspenso. Todos terão que permanecer em casa e apenas um membro de cada família é autorizado a sair para compras essenciais a cada dois dias.
O município também teve todas as saídas fechadas, restando somente uma que serve apenas a veículos de emergência. Quem reside na cidade não pode sair e ninguém também pode entrar.