ROTINA

Profissionais recebem ajuda para saúde mental

Nova rotina de profissionais da rede estadual inclui cuidados com a saúde mental

Reprodução

A rotina dos profissionais que atuam nas unidades da rede estadual de saúde do Maranhão tornou-se ainda mais intensa com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Não apenas os cuidados com higienização tiveram de ser redobrados, mas, acima de tudo, a preocupação com a saúde mental, por conta do receio de ser infectado e infectar outras pessoas, tornou-se uma nova prioridade.

Se antes a rotina de Adriana Mafra, coordenadora de enfermagem da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vinhais, incluía levar e buscar o filho na escola todos os dias, nas últimas semanas o afastamento da enfermeira tem sido sua maior demonstração de amor.

“A minha rotina era acordar, levar meu filho para a escola, ir trabalhar e depois buscá-lo no final da tarde. Hoje eu não vivo mais isso. Decidi proteger quem eu mais amo: meu filho! Estamos afastados esse período, a saudade é imensa, não tem como não chorar todos os dias. Quando chego à unidade, peço a Deus que nos abençoe, nos proteja e nos dê força para encarar esse desafio. Essa foi a nossa escolha profissional, temos que encarar de cabeça erguida e estamos preparados para isso. Tenho certeza que vamos sair vitoriosos”, afirma.

Mais do que uma escolha profissional, trabalhar na área da saúde é uma missão levada a sério por quem jurou proteger a vida de outras pessoas. É isso que faz a enfermeira Tamires Barradas Cavalcante ter que superar adversidades para continuar atuando. “Não vou dizer que não dá medo. Dá medo sim, mas a gente tem sempre que lembrar que nós, profissionais da área da saúde, fizemos um juramento, prometemos proteger a vida a todo custo, e a gente não pode esquecer disso nessas horas. Então, psicologicamente eu tenho tentado me manter forte para estar nessa batalha. Quando se tem uma pandemia, a gente tem que ir preparado para a guerra, digamos assim, preparado para atuar no que for preciso”, conta.

Além das dificuldades profissionais por conta da pandemia, a enfermeira também teve que lidar com a perda da mãe, pouco antes de começar o que ela denomina de batalha. “Eu perdi minha mãe uma semana antes de começar, de fato, aqui no Brasil, a batalha contra o coronavírus. Não pudemos fazer a missa de sétimo dia da minha mãe dentro de igreja, com aglomeração, já por conta do combate ao Covid-19. É aquela questão, nós somos profissionais da área da saúde, mas nós somos seres humanos também, nós somos pessoas, temos sentimentos”, explica.

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