SAÚDE

Meningite pode ser confundida com outras doenças

Os sintomas iniciais da doença podem ser confundidos com outras doenças infecciosas, como a gripe. Pais e responsáveis não devem descuidar da vacinação

Reprodução

Em meio à pandemia do novo coronavírus é preciso ficar atento também a outras doenças infecciosas e que são tão graves quanto. Hoje no Dia Mundial de Combate à Meningite destacamos um alerta aos sinais da doença, que pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus e cujo sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças infecciosas, como a gripe, pois o paciente apresenta febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito.

A meningite consiste na inflamação das meninges, membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinha. As meningites virais apresentam quadro mais leve, que se assemelham aos da gripe e resfriados. Já a bacteriana é causada principalmente pelos meningococos, pneumococos ou hemófilos – é altamente contagiosa e grave, podendo causar infecção generalizada e em alguns casos levar a óbito ou deixar sequelas no cérebro.

A mais grave delas é a meningite bacteriana, e dentre elas se destaca a meningite meningocócica, que pode causar sequelas e até mesmo levar a óbito em 24 horas, mesmo com tratamento médico adequado iniciado. Estima-se a ocorrência de pelo menos 1,2 milhões de casos da doença por ano no mundo, com cerca de 135 mil óbitos. A meningite meningocócica é considerada uma doença endêmica no Brasil, com casos esperados ao longo de todo o ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2019, foram registradas 1.037 ocorrências no Brasil, sendo que a,s regiões Sudeste (556 casos), Sul (182 casos) e Nordeste (176 casos) apresentaram os maiores números de casos notificados.

No Maranhão foram registrados no ano passado 109 casos, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, sendo que 35 deles resultaram na morte dos pacientes. Do total de casos, 21 foram de doença meningocócica (bacteriana), com 8 óbitos; 23 foram de meningite viral com 1 óbito; e 65 de outras etiologias, com 26 mortes. Em 2018 foram 112 casos registrados e em 2017, 129 diagnósticos. Solicitamos os dados de 2020 para a SES, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos retorno.

Uma pesquisa encomendada pela GSK, conduzida pelo Instituto Ipsos MORI, mostra que 59% dos responsáveis no Brasil sabem que a meningite é uma doença incomum, porém grave, mas apenas metade (50%) sabe que ela pode deixar sequelas severas, como perda auditiva e perda de membros. A mesma pesquisa mostra que 51% dos pais e responsáveis no Brasil não tem certeza sobre a atualização da carteira de vacinação dos filhos em relação à meningite.

“Esses dados mostram que a população desconhece a real gravidade e seriedade da meningite meningocócica, que é uma doença que pode matar em poucas horas. Muitos pais e responsáveis não têm ideia de que seus filhos podem não ter sido imunizados contra os sorogrupos mais comuns da doença e, com isso, estarem vulneráveis. Por isso é muito importante que a população seja informada, conscientizada e que atualizem a carteira de vacinação de todos, não só das crianças, mas também dos adolescentes e adultos”, afirma Dr. Jessé Alves, infectologista e gerente médico de vacinas da GSK.

Transmissão e sintomas

Assim como outras doenças infecciosas, como o novo coronavírus e a gripe, o meningococo, bactéria que causa a meningite meningocócica, pode ser transmitido de uma pessoa para outra por meio do contato direto com gotículas respiratórias através de tosse, espirro, beijo e contato com objetos contaminados, por exemplo.

Os sinais e sintomas iniciais— incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito — podem ser confundidos com outras doenças infecciosas, como a gripe. Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas violáceas (arroxeadas) na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, sepse e choque, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.ção da carteira de vacinação dos filhos em relação à meningite.

Mesmo quando a doença é diagnosticada precocemente e o tratamento adequado é iniciado, 8% a 15% dos pacientes vão a óbito, geralmente dentro de 24 a 48 horas após o início dos sintomas. Se não for tratada, a meningite meningocócica é fatal em 50% dos casos e pode resultar em dano cerebral, perda auditiva ou incapacidade em 10% a 20% dos sobreviventes.

Prevenção

A vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença. Atualmente, existem vacinas para a prevenção dos cinco sorogrupos mais comuns no Brasil, as vacinas contra a meningite meningocócica causada pelo tipo B e as vacinas contra os tipos A, C, W e Y.5-10.

 A vacina contra os tipos A, C, W e Y, por exemplo, é recomendada nos calendários das sociedades médicas a partir dos 3 meses de idade, bem como para jovens. A vacina para a prevenção da meningite meningocócica causada pelo tipo B é recomendada a partir dos 3 meses de idade pelas sociedades médicas.

Nos postos de saúde, a vacina contra a doença causada pelo meningococo C é disponibilizada para crianças menores de 5 anos de idade e adolescentes de 11 a 12 anos.  Além desta, a vacina ACWY será também disponibilizada em maio deste ano pelo Programa Nacional de Imunizações para adolescentes de 11 e 12 anos.

Na capital, está disponível gratuitamente para o público-alvo no Centro de Saúde Paulo Ramos, Centro de Saúde Bairro de Fátima, Unidade Mista do Itaqui-Bacanga, Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, Unidade Mista do Bequimão, Centro de Saúde Dr. Genésio Rêgo, APAE e Centro de Especialidades Médicas (CEM) da Cidade Operária. Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.

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