COVID-19

Maranhão é destaque em divulgação de dados sobre o novo coronavírus

O secretário de Políticas Públicas do Maranhão, Marcos Pacheco, diz que o boletim epidemiológico do Maranhão é um dos melhores do país

Reprodução

Levantamento da Open Knowledge Brasil (OKBR) publicado semanalmente revela que o Maranhão é um dos estados brasileiros com melhor nível de transparência de dados sobre o novo coronavírus. Em uma escala de pontuação que vai de 0 a 100, o estado vem subindo constantemente e chegou a 74 pontos na mais recente avaliação.

A nova pontuação foi obtida após o Maranhão passar a disponibilizar detalhes sobre óbitos e outras doenças respiratórias em seus boletins.

O Índice de Transparência da Covid-19 é um indicador composto por três dimensões: Conteúdo, Granularidade e Formato. Cada dimensão é constituída por um conjunto de aspectos avaliados separadamente, aos quais são atribuídos diferentes pesos para a construção da nota final.

Em face ao grande volume de notícias falsas que circulam nas redes sociais sobre a pandemia, a comunicação atualizada e transparente faz a diferença na gestão da crise de saúde e pode salvar vidas.

Um dos diferenciais do Maranhão é o Painel da Covid-19 gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O sistema usa georreferenciamento para apontar a taxa de ocupação de leitos e o detalhamento de casos por município e por bairro (para os casos notificados em São Luís).

Para o secretário de Políticas Públicas do Maranhão, Marcos Pacheco, o boletim epidemiológico do estado “é um dos melhores do país”.

Médico sanitarista, Marcos Pacheco é um dos integrantes do Comitê Científico de Prevenção e Combate ao Coronavírus no Maranhão e o representante maranhense no Comitê Científico do Nordeste para o enfrentamento da Covid-19.

Em entrevista, Pacheco explica por que é tão importante manter uma base de dados atualizada sobre os casos da doença e fala sobre empecilhos que dificultam ainda mais o combate à pandemia, como a falta de testes para a Sars-CoV-2 disponíveis no mercado mundial. Confira a seguir.

Secretário fala sobre baixa testagem

IMPARCIAL – Pesquisa da London School of Hygiene and Tropical Medicine aponta que o Brasil só detecta, em média, 11% dos casos sintomáticos do novo coronavírus. Por que isso acontece e como os comitês científicos do Maranhão e do Nordeste vêm enfrentando esse gargalo em meio à crise?

Marcos Pacheco – Na realidade, como já se sabe, essa doença tem alta infectividade, ou seja, passa muito rápido de uma pessoa pra outra. Isso gera uma curva de contágio muito ascendente. Por outro lado, a relativa baixa detecção ocorre em consequência da dificuldade e disponibilidade de testes. Faltam testes no mercado. Ademais, os testes disponíveis também não têm uma boa sensibilidade, ou seja, várias pessoas podem dar “negativo” e ter a doença. É o que chamamos de “falso negativo”.

Como o Maranhão vem superando esse contexto mundial de baixa testagem?

Precisamos valorizar mais os casos “sintomáticos”, por isso mesmo nos nossos boletins apontamos os casos suspeitos. Isso é fundamental para termos uma ideia do conjunto de possíveis acometidos, bem como triar os pacientes mais graves (com febre persistente, tosse recorrente e desconforto respiratório) para serviços médicos mais especializados. Porque o foco é evitar os óbitos.

Por que é tão importante manter uma base de dados atualizada sobre a doença? Como essas informações podem ajudar a achatar a curva de contágio no Maranhão?

O boletim epidemiológico do Maranhão tem se constituído em um dos melhores do país, exatamente porque procura mostrar todos os dados possíveis e que possa dar a máxima clareza do contexto real e global no estado.

Dar total transparência aos casos (suspeitos, confirmados, ativos, descartados, em monitoramento domiciliar, internados em enfermaria e UTI). Com isso damos total e pleno conhecimento sobre todas as taxas (de acometimento e de assistência). Além disso, todo o planejamento assistencial que tem sido desenvolvido é feito a partir da qualificação de todos esses dados epidemiológicos. 

O conjunto desses dados, descritos e analisados, se constituem na base do planejamento e das decisões de governo.

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