Amazonas está prestes a entrar em colapso com rede sobrecarregada
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anuncia construção de hospital de campanha no estado, para tentar aliviar rede sobrecarregada
A cidade de Manaus vai ser a primeira do país a receber médicos e enfermeiros de outras regiões do país para apoiar o atendimento a casos de coronavírus. Manaus está com seu sistema de saúde operando no limite, prestes a colapsar. Hoje, o estado é o quarto do país em número de infecções, com 1.050 casos oficialmente conhecidos, além de 53 mortos. Diante da rede de saúde sobrecarregada, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse, ontem, que o governo federal construirá um hospital de campanha com 200 leitos para atender a pacientes de coronavírus em Manaus.
A ordem de serviço para o início das obras, segundo ele, deve ser assinada hoje. A informação foi dada após Mandetta acompanhar o presidente Jair Bolsonaro na vistoria de um hospital de campanha em Águas Lindas (GO). “Amanhã, já vou dar ordem para fazer o primeiro em Manaus, cidade que está entrando em colapso. Vamos ter que fazer um lá, temos comunidades indígenas extensas”.
De acordo com o governo do estado, a unidade será exclusiva para a saúde indígena e funcionará em um prédio cedido. O estado tem a maior população indígena do país, com cerca de 170 mil pessoas, segundo o Censo de 2010. Fora de Manaus, a disseminação do vírus avança em regiões do estado marcadas pela presença de povos indígenas. Ontem, dois indígenas tiveram a morte confirmada pela Funai, vítimas da Covid-19.
O governador Wilson Lima havia dito, na quinta, que dois hospitais da rede privada de Manaus estavam com as UTIs, também, lotadas. Ele afirmou, em declaração reproduzida no G1, que 55% dos respiradores do estado estão em uso, mas, com o ritmo atual de avanço do vírus, há risco potencial de todo o sistema de saúde do estado colapsar de vez.
“A situação hoje de Manaus é que a curva dos casos está muito próxima da capacidade de atendimento. Se não tomarmos nenhuma medida, o número de casos vai ultrapassar nossa capacidade de atendimento. As pessoas vão sentir, não vai ter leito, não vai ter respirador e as pessoas poderão ficar desassistidas”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, ao comentar a situação da região durante coletiva.
“Também vamos liberar recursos para que o hospital de referência em Manaus, que tem três andares não utilizados, receba imediatamente 350 novos leitos”, disse Gabbardo. “Mandamos, ontem, 20 respiradores em UTI para Manaus. Vamos mandar mais 20 respiradores.”