FICA A DICA

5 atitudes que toda família deveria tomar com as crianças na quarentena

Desde o início do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, a rotina das famílias vem sendo alterada.

Divulgação

“Mamãe, papai, quando é que o coronavírus vai embora?”. Para muitos pais e mães, essa é uma pergunta difícil de responder e mais ainda de suportar, afinal, é mesmo de partir o coração ver as crianças tristonhas, entediadas e, dependendo das circunstâncias, até mesmo tomadas por sentimentos ainda mais desconfortáveis, como a raiva.

Desde o início do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus, a rotina das famílias vem sendo alterada. E não é por serem pequeninos e ainda imaturos para lidar com diversas situações que os filhos conseguem escapar ilesos dos sofrimentos emocionais provocados pelo distanciamento dos amigos, de outros parentes e da própria rotina anterior ao período de quarentena. Aliás, alguns indivíduos podem somatizar os sentimentos e daí surgem as chamadas doenças psicossomáticas, que provocam reações no corpo, como febre e dor.

Carla Adriana Oliveira (29) começou a perceber o comportamento diferente do filho Luís Maciel, de 1 ano e 3 meses. “Ele antes tinha a interação com outras crianças na creche, com os primos dele, saíamos para passear, então ele brincava bastante. Hoje, percebo que ele pede mais atenção e está mais dependente de mim. Quando eu saía para trabalhar, ele ia para a creche, fazia parte da rotina dele, desenvolvia várias atividades lúdicas no local. Agora quando saio, ele só chora. Tentamos compensar ao máximo, quando estamos em casa, eu e meu esposo, damos toda a atenção para o Luís”, revelou a mãe angustiada, que é policial militar e, portanto, faz parte do grupo de trabalhadores essenciais.

Carla Adriana e o filho Luís Maciel

Para ajudar as famílias a lidar melhor com todos esses sentimentos diante de tantas incertezas, separamos uma lista com 5 dicas preciosas. Confira:

Diálogo e acolhimento

Nessa hora, o melhor a fazer é acolher os sentimentos da criança e jamais ignorá-los ou menosprezá-los. A base para isso é o diálogo aberto e cuidadoso, segundo recomendação da psicóloga Celiane Chagas, que tem especialidade em atendimento infantil.

“É preciso estar atento aos sentimentos da criança. Esse momento gera muitos questionamentos, deixa as pessoas confusas e inseguras. Mas é possível amenizar os desconfortos com as crianças de maneira saudável, dando todo o acolhimento, explicar de forma leve e lúdica o que está acontecendo, ouvir o que elas têm a dizer e buscar formas de deixá-las mais confortáveis, sem negar a realidade”, destaca Celiane.

Rotina flexível, mas com noção

Nesse período de isolamento, o ideal é que as famílias flexibilizem a rotina, o que beneficia tanto os pais quanto os filhos, de acordo com a psicóloga Aline Wensch, especialista em saúde mental. “A rotina é importante, mas os pais não têm que preencher todas as horas do dia, precisam pegar leve consigo mesmo. É importante dar a oportunidade de a criança  escolher o que fazer e também de não fazer nada, momento chamado de ‘ócio criativo’. Com autonomia, as crianças podem fazer as próprias escolhas e criar as próprias brincadeiras também”, enfatiza Aline.

psicóloga Aline Wensch

Assim, é importante estabelecer a rotina sem pressão, preservar o diálogo saudável com assuntos positivos e manter os hábitos alimentares e o sono adequados. “Horários não precisam ser  engessados, mas um padrão diário ajuda os pequenos a manter a noção de tempo, regulando a passagem das horas e dos dias da semana. É interessante  realizar o planejamento das atividades ao lado dos filhos, incentivando-os a organizarem horários equilibrados para as atividades diárias”, indica a especialista.

Inspira, respira, não pira e caia na brincadeira

A psicóloga Aline Wensch orienta que os adultos da casa usem e abusem da inspiração, da criatividade e da paciência para tornarem os dias mais leves e prazerosos. Aline ressalta que a brincadeira é um recurso muito importante para o desenvolvimento e para a elaboração dos medos e das angústias das crianças, e sugere que a imaginação ganhe asas nas atividades diárias.

“A ideia é fazer brincadeiras nos afazeres corriqueiros. Que tal durante as refeições?! É possível despertar o senso de responsabilidade criando o “chef de cozinha mirim”, que pode ajudar pegando ingredientes no armário e utilizando no incremento das receitas com os pais. Outra idéia bem divertida é explorar lugares mais arejados da casa com piqueniques em família.

“Eu me remexo muito!”

Nas escolas, uma das aulas mais esperadas pelas crianças costuma ser a de Educação Física. Por que será? “O corpo humano foi feito para o movimento. Caminhar, pular, dançar, etc., são exemplos de atividades que fazemos normalmente mas que estão prejudicadas porque estamos todos dentro de casa o tempo inteiro”, atesta Priscila Alves, professora de Educação Física. Então, a dica é criar atividades que estimulem o movimento do corpo.

Aline Wensch recomenda que os pais sejam os modelos dos filhos e intercalem as atividades físicas em mais de um horário, se possível, com todos da família juntos. “Usar a criatividade das crianças e dos adolescentes, incentivando a criação de circuitos feitos com garrafas plásticas, pular corda, a prática da dança, dentre outras opções de movimento, são excelentes para o corpo e para a mente.

Menos tela, mais real

O que seria de todos se não fosse a tecnologia? Ela é mais do que bem-vinda, mas a psicóloga Aline Wensch orienta que é positivo estabelecer com clareza os horários para o uso saudável das telas (celulares, tablets, computadores).

A dica da especialista é que pais e mães façam acordos e, além disso, que aproveitem o tempo juntos para resgatar brincadeiras tradicionais, que estimulam a interação de todos. “Brincadeiras como jogo de mímicas e caça ao tesouro favorecem a exploração dos espaços da casa; também tem outras dicas de diversão: boliche com garrafas pet; jogos de tabuleiro, como dama, xadrez e dominó; e jogos de cartas, como Uno, baralho e quebra-cabeça”, finaliza.

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