EFEITO CORONAVÍRUS

“Nosso desejo é que comércios não continuem fechados”, diz Flávio Dino

O governador disse que em breve pode haver redução das medidas de quarentena, conforme avaliação da situação da doença no estado

Reprodução

Em entrevista a uma emissora de TV local, no início da tarde de hoje (26), o governador do Maranhão, Flávio Dino, falou sobre a situação do estado em meio a pandemia do novo coronavírus. Na tarde de ontem, os governadores do Nordeste se reuniram para decidir se as medidas já adotadas para impedir o aumento proliferação da doença iriam ser mantidas.

Na entrevista de hoje, Dino afirmou que existe sim a preocupação com a economia dos estados, mas, antes, é preciso ter a certeza de que a situação não esteja tão grave. “O nosso desejo é que não seja alongado esse prazo de suspensão das atividades comerciais”, disse o governador. “Agora, nesse caso, nós só vamos decidir à vista da curva dos novos casos, das ocorrências de novas contaminações e mesmo da gravidade que esses pacientes venham a ter”, explicou.

Como o Maranhão tem apresentado uma certa lentidão quanto ao surgimento de casos positivos de Covid-19 e, nenhum dos 10 confirmados é em estado grave, Flávio Dino disse que em breve pode haver redução das medidas de quarentena. “Se nós continuarmos este quadro vigente […], e não houver letalidade, casos graves, é claro que a gente pode flexibilizar essas medidas restritivas já a partir do encerramento da vigência desse primeiro decreto (válido por 15 dias)”, declarou o governador.

“Agora afirmo, com toda exatidão e com toda transparência, nos vamos manter medidas preventivas, ou seja, flexibilizar não significa liberar geral. Porque seria uma atitude irresponsável no atual momento”, acrescentou.

Pronunciamento de Bolsonaro

Mais uma vez o governador comentou sobre o pronunciamento oficial feito por Jair Bolsonaro, feito na noite da última terça-feira (24), “O que o presidente da República falou, nenhum país do mundo está fazendo, ainda. É claro que mais adiante, se for possível, nós vamos adotar o chamado isolamento vertical, essas outras medidas preventivas, mas, agora, não há dúvida, todos os países estão fazendo o que nós estamos fazendo: tentar reduzir a curva de novos casos”, defendeu o governador.

Dino se mostrou indignado com o fato de Bolsonaro considerar a doença perigosa somente ao grupo de risco. O governador afirmou que proteger toda a sociedade é também uma questão de respeito às famílias dos mortos pela doença. “É muito grave esse discurso de que os fortes vão sobreviver e apenas os fracos morrerão. Isso é uma insensatez, isso é um desrespeito às famílias das dezenas de vítimas, no caso do Brasil, e milhares no mundo. Então, nós respeitamos qualquer vida humana. Às vezes a sociedade não compreende e está sentindo efeitos muito difíceis, reconhecemos. Mas, nos estamos fazendo isso agora para que mais rapidamente a gente saia da crise”, defendeu o governador.

Medidas para proteger a economia do Maranhão

Quanto às medidas econômicas adotadas pelo Governo do Estado para tentar amenizar os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus, Flávio Dino listou as medidas já tomadas até agora, como suspensão de tarifas de fornecimento de água para famílias de baixa renda, desoneração tributária, autorização para zerar o imposto sobre álcool em gel e outros produtos.

De acordo com o governador, a entrega de cestas básicas para trabalhadores informais, ambulantes, etc., deve continuar e ser descentralizada para municípios do interior do estado a partir da próxima semana. Em São Luís, a entrega começou a ser realizada, mas devido à aglomeração formada para receber as cestas, a ação foi suspensa temporariamente.

Quanto ao auxílio financeiro destinado aos autônomos, Dino alegou que é preciso fortalecer as medidas compensatórias e que isto está sendo cobrado do Governo Federal. “O presidente da Câmara se comprometeu com a votação da chamada renda mínima, que é essencial para os autônomos, os desempregados e os informais. O Governo Federal dispõe dos bancos públicos federais, para que com isso eles possam alocar esses recursos à essa destinação. Assim que o Congresso Nacional votar a chamada renda mínima, esses trabalhadores terão a garantia de um recurso para que possam prover a sua subsistência”, disse.

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