SAÚDE DA MULHER

Tenho síndrome dos ovários policísticos. Posso engravidar?

A maioria das mulheres recebem o diagnóstico de SOP como um aviso de que não conseguirão mais engravidar

Reprodução

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endocrinológica que afeta quase 10% das mulheres brasileiras em idade fértil. Essa síndrome é caracterizada pela presença expressiva de hormônios masculinos em mulheres.

As mulheres com SOP houvem com frequência que não conseguirão engravidar por causa da síndrome. Entretanto, isso não é bem verdade.

A verdade é que a SOP pode, sim, se tornar um obstáculo a mais entre as mulheres que querem ser mães. Isso porque a síndrome afeta o ciclo de ovulação e de fertilidade da mulher.

Imagem computadorizada de ovários com cistos - SOP

A SOP altera os níveis hormonais do corpo feminino. Essa alteração faz com que os ovários acabem por formar cistos. Isso, por sua vez, modifica significativamente o tamanho do ovário.

Os sintomas mais comuns da SOP são:

  • Menstruação irregular
  • Alta produção de hormônio masculino
  • Presença de cistos no ovário
  • Hirsutismo (aumento de pêlos no corpo, como rosto, abdômen e seio)
  • Presença significativa de acnes
  • Maior propensão à obesidade
  • Queda de cabelo

Além disso, alguns estudos vêm mostrando que há associação entre a SOP e a maior tendência de desenvolver depressão.

Em alguns casos, a SOP pode levar a mulher à infertilidade. Mas esse não é um desfecho obrigatório. Especialistas afirmam que a infertilidade é mais comum entre as mulheres que não trataram a síndrome adequadamente.

Quando há cistos, o ovário cresce de tamanho. Essa alteração no tamanho natural dos ovários costuma afetar a formação de óvulos. É por isso que a fertilidade da mulher é afetada com a SOP: devido à formação de novos óvulos, que fica afetada.

Com a vida reprodutiva alterada, as mulheres com essa síndrome têm mais dificuldades de conseguir engravidar porque:

  • Ou elas param de liberar óvulos
  • Ou os períodos de fertilidade são muito irregulares

De modo geral, o período fértil da mulher dura cerca de 28 dias: que é o intervalo entre uma menstruação e a próxima. Entretanto, quando a ovulação da mulher é irregular, o período pode variar drasticamente.

Por exemplo, há estudos que mostram mulheres com SOP com ciclos menstruais muito menores do que os habituais 28 dias: há casos de apenas 10 dias, por exemplo. Todavia, também é possível que o período se prolongue significativamente, chegando a 40 dias, 50 dias ou até mais.

Apesar da dificuldade acentuada devido a essa anovulação ou irregularidade, o diagnóstico não a impede de engravidar naturalmente. Ou seja, a síndrome prejudica significativamente a vida reprodutiva da mulher, mas não impede a ovulação, necessariamente. Isso porque a mulher ainda pode conseguir ovular e o óvulo pode ser fecundado, desde que haja relação sexual sem contraceptivo no momento certo.

Recomendação

É muito importante que a mulher que sofre (ou desconfia) de SOP seja acompanhada regularmente por um médico ginecologista. Esse acompanhamento de perto garantirá que a vida reprodutiva da mulher seja tratada de forma adequada.

Portanto, é uma forma de garantir que você não vá engravidar quando não desejar, e também que terá mais chances quando o seu desejo de se tornar mãe chegar.

O tratamento mais comum para SOP é através de anticoncepcionais orais. Isto porque o medicamento ajuda a regular o ciclo menstrual. Apesar do comprimido impedir a ovulação, ele auxilia na recuperação do desgaste do ovário – devido aos cistos.

Com a evolução do tratamento, o ovário tende a conseguir eliminar os cistos. Posteriormente – e já sem o uso do anticoncepcional -, a mulher conseguirá ovular e ser fecundada normalmente.

O indicado é que o casal tente por 12 meses engravidar após conclusão do tratamento. Caso não haja sucesso, o indicado é procurar um médico para avaliar a situação e descobrir se o problema é a SOP ou outra questão, incluindo a saúde reprodutiva do marido.

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