PREVINA-SE

Período de Carnaval pede atenção às ISTs

Chama atenção a alta taxa de detecção do vírus da Aids (HIV) entre os jovens de 15 a 29 anos, o aumento da sífilis e a contínua transmissão das hepatites virais

Reprodução/SEMUS

Dados do Ministério da Saúde revelam que o comportamento de risco vem impedindo o Brasil de avançar no combate às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Chama atenção a alta taxa de detecção do vírus da Aids (HIV) entre os jovens de 15 a 29 anos, o aumento da sífilis e a contínua transmissão das hepatites virais.

Faltando pouco para o Carnaval, período que favorece os relacionamentos casuais, é importante ficar atento para a proteção, a fim de que, após as festas de momo, não ter uma consequência desagradável e saber que pegou uma infecção sexualmente transmissível. Por isso, neste período, os órgãos estadual e municipal de saúde estão com campanhas específicas para prevenção e combate às ISTs, que são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. De maneira menos comum, as IST também podem ser transmitidas por meio não sexual, pela contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.

As infecções transmitidas por relação sexual são causadas por mais de 30 virus e bactérias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os dias ocorrem 1 milhão de novas infecções. Doenças antigas, que remontam à Idade Média, como a sífilis, por exemplo, ainda hoje podem ser consideradas uma epidemia pela falta de proteção adequada.

A camisinha, distribuída gratuitamente nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), é a forma mais simples e eficaz de se proteger não só do HIV/Aids, mas, também, da sífilis, da gonorreia, de hepatites virais e até do zika vírus, além de evitar uma gravidez não planejada.

No estado a Secretaria de Estado da Saúde (SES) lançou a campanha “Nesse carnaval não pode faltar: respeito & camisinha” que seguirá até o dia 3 de março, e será realizada nos terminais de passageiros, nos circuitos da folia, sambódromo e no carnaval do lava-pratos. “A SES realiza ainda ações de promoção e prevenção com foco para as populações chaves (trabalhadoras do sexo, gays e HSH, pessoas privadas de liberdade, pessoas Trans e pessoas que usam álcool e outras drogas) e populações prioritárias (população negra, indígenas, jovens e população em situação de rua)”, informa. Segundo a SES, é feito o abastecimento de preservativos para os municípios. “Além disso, realiza orientação sobre a prevenção aos profissionais de saúde e outros parceiros (movimentos sociais, secretaria estaduais e municipais da juventude, assistência social, educação, direitos humanos e outros)”.

Na capital, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) lançou a campanha “Vamos combinar!? Direitos”, que irá acontecer até o fim do mês, sendo intensificada no período do Carnaval. As ações irão abranger a Ponta da Espera, no Ferry Boat, rodoviária, além de ação Unidades Básicas de Saúde. “Também serão realizadas oficinas em empresas privadas da capital, quando haverá entrega de preservativo e gel lubrificante, aconselhamento e rodas de conversas sobre prevenção combinada, realização de testes rápidos e imunização contra hepatite B”, informa a Semus.

CONTÁGIO

As doenças virais no período de carnaval

Com o período chuvoso, a aproximação do Carnaval e a atenção mundial voltada para as doenças virais respiratórias por conta do Coronavírus, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) vem informando à população sobre os cuidados necessários para evitar a transmissão e o contágio de doenças como a gripe. Diante do alerta mundial acerca do Coronavírus, o poder público estadual tem, também, tomado providências, como a definição de Plano de Contingência do Novo Coronavírus com protocolos de atendimento, para que unidades de saúde do estado estejam preparadas para identificar e atender os pacientes suspeitos de Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus.

Para melhor informar a população, a infectologista do Hospital Dr. Carlos Macieira, Giselle Boumann, fala dos cuidados que os maranhenses precisam ter para evitar o contágio das doenças virais respiratórias. A infectologista aproveita para tranquilizar a população acerca do novo Coronavírus e alertar para a importância da vacina para a prevenção da gripe H1N1, causada por um subtipo do vírus Influenza.

As doenças virais respiratórias são muito comuns nesse período. Quais são os cuidados que as pessoas precisam ter?

Com o período de chuva, aumentam os aglomerados de pessoas e com isso aumentam as chances de transmissão, considerando que as doenças virais respiratórias são altamente transmissíveis. O contágio é realizado através do contato das mucosas do nariz, boca e olhos com a secreção de pessoas infectadas. Por isso, aqueles que estão doentes devem evitar sair, sempre usar lenço descartável e higienizar constantemente as mãos, principalmente depois de tossir ou espirrar. A higienização das mãos acaba sendo também a principal maneira de prevenir essas infecções, diminuindo as chances de contaminação.

O que é o H1N1, quais os sintomas e o que as pessoas podem fazer para se prevenir?

O H1N1 é um subtipo do vírus que causa a gripe, o Influenza e qualquer gripe pode evoluir e apresentar complicações. No começo, foi observado que o H1N1 tinha maior chance de apresentar complicações, mas isso acontecia porque era um vírus novo e não existia vacina na época, o que provocou uma contaminação muito grande de pessoas. Já hoje, para a Influenza, existe um antiviral que pode ser usado para tratar a doença, reduzindo as chances de complicações. É importante que a população saiba que o H1N1 é uma doença imunoprevenível, então a vacinação anual é fundamental, pois protege contra vários tipos de influenza, inclusive o H1N1.

Em que momento as pessoas que estão doentes precisam buscar uma unidade de saúde?

O auxílio médico deve ser procurado sempre que houver qualquer sinal de gravidade, como respiração muito rápida, percepção de que os dedos estão ficando roxos por conta da falta de oxigenação, falta de ar, dor no peito, cansaço, desmaios, febre prolongada e confusão mental. Esses são os principais sinais de alerta que precisam ser observados, sendo que os mais comuns são falta de ar e dor no peito. Em caso de piora no quadro, além de buscar auxílio médico é preciso que o paciente se submeta a exames para um diagnóstico mais completo e específico.

A população mundial está em alerta em relação ao novo Coronavírus. O que é esse novo Coronavírus?

Existem alguns Coronavírus que são muito comuns na população, que causam infecções respiratórias como resfriados e que, geralmente, apresentam uma evolução positiva. O novo Coronavírus causa uma inflamação grande no parênquima pulmonar e a forma de contágio é a mesma das demais infecções respiratórias, através do contato com a secreção do paciente doente. Porém, a chance de contaminação é maior porque ninguém teve contato com o novo Coronavírus, o que faz o organismo ser, ainda, vulnerável à doença. O quadro clínico da doença causada pelo Coronavírus é semelhante ao de uma gripe, apresentando sintomas iniciais como dor no corpo, febre, tosse e dor de cabeça.

Um dos repatriados vem para o Maranhão. A população precisa se preocupar?

Os repatriados estão passando por um período de segurança de 18 dias e nenhum deles apresentam sintomas, mas, caso o vírus tivesse no período de incubação, eles teriam até 14 dias para manifestarem a doença. Além disso, todos eles fizeram exames que deram negativo para o novo Coronavírus. Então, a população maranhense pode ficar despreocupada quanto a isso. É importante que, ainda assim, todas as unidades de saúde do país estejam preparadas para conseguir identificar o paciente com chance de ter sido infectado pelo Coronavírus. As unidades de saúde do Maranhão, especialmente o Hospital Dr. Carlos Macieira, que é um dos hospitais de referência para atendimento aos pacientes suspeitos, estão preparadas para realizar esse trabalho.

Camisinha distribuída gratuitamente pelo SUS

Durante a semana do Carnaval na capital, a Coordenação Municipal de IST/AIDS e Hepatites Virais e sua equipe de extensão, formada pelos CTA Anil, CTA Lira; e também pelo Centro de Saúde do Bairro de Fátima, estarão na Passarela do Samba, com a entrega de preservativos, materiais educativo-informativos, aconselhamentos sobre a importância da testagem do HIV, Sífilis. Hepatites B e C.

A Semus ressalta que também contará com a equipe volante do CTA na Rua, e ainda com ações em escolas com turnos noturnos, empresas com turnos noturnos, bares, boates, e áreas de prostituição. “E para o (a) folião(ã) que esquecer o uso do preservativo em alguma relação sexual, poderá se dirigir até uma das 4 Unidades Mistas ou se dirigir a um dos 2 Socorrinhos (Cohatrac ou São Francisco) para receber o atendimento do protocolo PEP – Profilaxia Pós Exposição ao HIV e outras IST, onde receberá as orientações, medicações e será acompanhado por uma equipe multidisciplinar durante 180 dias. As doenças/infecções mais preocupantes são: Sífilis, HPV, Gonorreia, Hepatites B e C, HIV”, alertou a Semus.

Melhor prevenção

A camisinha, distribuída gratuitamente nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), é a forma mais simples e eficaz de se proteger não só do HIV/aids, mas, também, da sífilis, da gonorreia, de hepatites virais e até do zika vírus, além de evitar uma gravidez não planejada.

Neste ano, o Ministério da Saúde vai distribuir, ao todo, 570 milhões de preservativos e géis lubrificantes para todo o Brasil. A quantidade representa um aumento de 12% em relação ao ano passado, quando foram enviados 509,9 milhões aos estados. Para o Carnaval, todo o País estará abastecido com 128,5 milhões de preservativos, garantindo a proteção dos foliões contra as ISTs.

O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento, o diagnóstico e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

Sinais e sintomas

As ISTs podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas. São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C. As ISTs aparecem, principalmente, no órgão genital, mas podem surgir também em outras partes do corpo (ex.: palma das mãos, olhos, língua).

O corpo deve ser observado durante a higiene pessoal, o que pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Sempre que se perceber algum sinal ou algum sintoma, deve-se procurar o serviço de saúde, independentemente de quando foi a última relação sexual. E, quando indicado, avisar a parceria sexual.

Algumas ISTs podem não apresentar sinais e sintomas, e se não forem diagnosticadas e tratadas, podem levar a graves complicações, como infertilidade, câncer ou até morte. Por isso, é importante fazer exames laboratoriais para verificar se houve contato com alguma pessoa que tenha IST, após ter relação sexual desprotegida – sem camisinha masculina ou feminina.

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