MÃES JOVENS

Os problemas e polêmicas da gravidez na adolescência

Na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, país discute questões como abstinência sexual. No estado do Maranhão, jovens recebem orientação.

Reprodução

De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de gravidez na adolescência no Brasil é de cerca de 68,4 nascimentos para cada mil adolescentes e jovens mulheres entre 15 e 19 anos. Número maior que a taxa internacional, que é de cerca de 46 a cada 1 mil. Ainda de acordo com o órgão, embora esse número esteja alto, houve – entre 2010 e 2017 – redução de 13% de bebês de mães adolescentes. Meninas negras representam a maior proporção entre essas mães: 19,7% pardas e 15,3% pretas, seguindo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2018, cerca de 15% do total de nascidos vivos foram de mães com idade até 19 anos (434.573 jovens), segundo dados preliminares do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC).

No Maranhão, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o número de adolescentes grávidas teve uma queda de 12,74% de 2018 para 2019, quando foram registrados 29.067 e 25.361 casos de gravidez, respectivamente.

Mas, para além dos números, falemos das consequências de uma gravidez precoce. R.F., de 15 anos (a adolescente não pode ser identificada) disse à reportagem que quando contou para a família que estava grávida, esperou uma atitude mais severa. Hoje, aos 5 meses de gravidez, diz que tudo está se ajeitando, mas uma das coisas que lamenta é o fato de não poder acompanhar a escola.

“Minha mãe ficou muito brava. Meu pai não mora comigo, e eu sou filha única. Ela ficou com mais raiva ainda porque ela já tinha falado comigo sobre isso, mas foi um vacilo nosso. Agora vou ter que arcar com as consequências de cuidar de uma família ainda muito cedo”, disse ela. “Este ano não vou à escola porque já vou ter filho em junho, daí só vou poder voltar no ano que vem, porque não vou ter que cuidar dele”, constata a jovem.

O último Censo (2010) mostrou que, de 661 mil meninas de 12 a 18 anos com filhos, apenas 27,3% frequentavam a escola. A Pnad 2016 (Módulo Educação) aponta que 26,1% das meninas de 14 a 29 anos fora da escola (num universo de 24,8 milhões de adolescentes e jovens de ambos os sexos fora da escola) alegaram como motivo os afazeres domésticos e o cuidado com crianças ou idosos.

Se, mesmo com todas os programas de políticas públicas disponíveis para orientar sobre o assunto, e ainda que pais e responsáveis acompanhem a iniciação da vida sexual dos seus filhos, esses números são altos, imagine se nada fosse feito.

No Estado, o Departamento de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da SES está fazendo atividades educativas por ocasião da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência até o dia 6 de fevereiro, em escolas da capital e do interior. A ação conta com o apoio do Departamento de Atenção à Saúde às IST/AIDS e Hepatites Virais.

Segundo o Departamento, a redução das gestações precoces no Maranhão tem relação com políticas educativas e ações para o planejamento reprodutivo executadas pelo governo. Uma das iniciativas é a distribuição de Caderneta de Saúde de Adolescentes.

Hoje, quarta-feira (5), às 9h acontecerá uma ação educativa na recepção da Unidade Materno Infantil (Centro). Na oportunidade, profissionais da Unidade de Cuidados Intensivos Perinatais irão levar informações para conscientizar os presentes sobre o tema.

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