Diabetes já matou 15 mil no Maranhão
Doença atinge mais de 16 milhões de brasileiros. No Maranhão foram 15 mil mortes em seis anos. Especialista alerta para a prevenção e cuidados para quem já é diabético
De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil registrou desde 2008 o índice de 61,8% no crescimento nos casos de diabetes. A doença crônica está na lista das que a entidade classificou entre as 10 grandes ameaças à saúde em 2019. “O número de pessoas com diabetes no Brasil aumenta rapidamente, e até 2030 o Brasil terá quase 20 milhões de pessoas com a doença crônica, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Mesmo sendo uma doença que afeta muitos, metade das pessoas têm diabetes e não sabem, por isso não se tratam, daí a importância de se preocupar com a doença”, disse o médico Hélio Palácio de Andrade, clínico-geral do Hapvida.
No ano passado, o Ministério da Saúde divulgou estudo em que o percentual de homens com diabetes havia crescido cresceu 17% em São Luís, nos últimos onze anos. Esse dado serve para alertar a população no Dia Nacional do Diabetes, celebrado no dia 26 de junho. Há 11 anos, o número de homens que tinham sido identificados com a doença era de 4,7%, mas esse índice passou para 5,5%. Dentre as capitais brasileiras São Luís aparece como uma das que tem o menor número de pessoas com a enfermidade, com 5,2%.
Óbitos no Maranhão
Entre 2010 e 2016, o diabetes vitimou com óbitos 15 mil pessoas no Maranhão. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o número cresceu 25% no período, saindo de 1.847 mortes para 2.314 no ano de 2016.
Na contramão dos óbitos, a quantidade de internações cresceu: foram 4.865 em 2010 e 8.881, em 2016.
Segundo o médico especialista Hélio Palácio, o diabetes pode causar o aumento de risco de acidente vascular cerebral (AVC) de 2 a 4 vezes maior para portadores da doença, pode desencadear ataque cardíaco e derrame.
O excesso de glicose no sangue também pode lesionar os pequenos vasos, reduzindo a circulação de sangue para pele, braços, pernas, pés, olhos e rins. “O diabetes é uma doença silenciosa, o que significa que geralmente, se não forem feitos exames médicos, a pessoa pode não ter consciência de que tem esta condição. Por isso, manter as consultas e o check up em dias é fundamental para combater a doença. A busca por uma melhor qualidade de vida por grande parte da população é indiscutível”, afirmou.
Nesse Dia Nacional de Controle do Diabetes, a recomendação do médico é prevenção sempre. “Prevenir! Essa é a palavra-chave. Manter uma vida saudável, com uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico regularmente e fazer um check up a cada seis meses é a receita ideal para manter-se longe do diabetes. Hoje, a população está mais consciente da necessidade de uma boa alimentação regada a hábitos saudáveis. Esse novo comportamento contribui significativamente para a redução da população diabética no país”, alertou o médico.
Controle e prevenção do diabetes
Os profissionais de saúde do Centro de Especialidades Médicas e Diagnóstico Dr. Luiz Alfredo Netto Guterres, no Diamante, realizaram uma ação, na última semana do mês de junho, em alusão a esse dia, com palestras educativas nas salas de espera, com endocrinologista, oftalmologista e enfermeira, além da aferição de glicemia.
Para o diretor-geral da unidade médica, Phil Camarão, “existe um problema geral de educação. Infelizmente, as pessoas estão com feridas indesejáveis, sofrendo amputações por falta de informação e disciplina em relação à diabetes. O estresse e as dificuldades do dia a dia também contribuem”.
Tratamento no SUS
Para os que já têm diagnóstico de diabetes, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta gratuitamente, já na atenção básica – porta de entrada do SUS, atenção integral e gratuita, desenvolvendo ações de prevenção, detecção, controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas. Para monitoramento do índice glicêmico, ainda está disponível nas unidades de Atenção Básica de Saúde, reagentes e seringas.
O programa Aqui Tem Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também distribui medicamentos gratuitos, entre eles o cloridrato de metformina, glibenclamida e insulinas.
Principais sintomas
- sede, fome e cansaço em excesso;
- perda de peso rápida e involuntária;
- hálito modificado;
- visão embaçada;
- vontade de urinar várias vezes
Sintomas Diabetes Tipo 1
- Vontade frequente de urinar;
- Fome excessiva;
- Sede excessiva;
- Emagrecimento além do normal;
- Fraqueza;
- Fadiga;
- Nervosismo;
- Mudanças de humor;
- Náusea e vômito.
Sintomas Diabetes Tipo 2
- Fome excessiva
- Sede excessiva
- Infecções na bexiga, rins e pele
- Feridas demoram para cicatrizar
- Alteração visual
- Formigamento nos pés e mãos.