DIREITOS HUMANOS

163 pessoas trans assassinadas em 2018

Dados são de acordo com dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil. Maranhão é um dos estados que menos matou, com três casos no ano passado

Reprodução

O Brasil é o país que mais assassina a população de travestis e mulheres transexuais, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), em dossiê divulgado no ano passado. De acordo com o documento “Assassinatos e violência contra travestis e transexuais no Brasil em 2018”, organizado por  Bruna G. Benevides e Sayonara Naider Bonfim Nogueira, o número de assassinatos no Brasil é três vezes maior que o segundo colocado no mundo, México com média de 50 mortes. O Rio de Janeiro foi o estado que mais teve mortes, 16. O Maranhão, felizmente, ocupa a parte mais baixa do ranking, no 23º lugar, com 3 assassinatos, segundo o dossiê.

Em 2018 foram 163 assassinatos de pessoas trans, sendo 158 travestis e mulheres transexuais, quatro homens trans e uma pessoa não binária. “Destes, encontramos notícias de que apenas 15 casos tiveram os suspeitos presos, o que representa 9% dos casos. Dos assassinatos no Brasil, entre os concluídos, 96% foram arquivados. E somente 4% resultaram em denúncias à Justiça”, diz o relatório baseado em fontes da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp).

Embora esse número seja menor do que o registrado em 2017, de 179 casos, a Antra questiona o aumento da quantidade de casos não notificados pela mídia, em cerca de 30%, elevando assim o índice de subnotificação, sendo que em 2017 foram 34 casos não noticiados, contra 44 em 2018. “Percebe-se que não houve uma queda no número dos casos, mas um aumento no número de subnotificações, em relação aos casos publicados”, diz o dossiê.

Caso Dandara

Um dos casos mais emblemáticos, para  não se falar apenas de números, foi o caso de Dandara, assassinada cruelmente no Ceará, em 2017, mas que não foi tratado pelo governo de lá como transfobia, de acordo com o dossiê.

“Contudo, ainda precisamos reagir e com muito orgulho saudamos as inciativas pelo Brasil afora de todas as instituições que promovem nessa semana atividades relembrando essa data”, afirmou Keila Simpson, presidente da Antra.

No ano passado, a Associação oficiou a Defensoria Pública da União (DPU), para que se manifeste e acione o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para incluir no próximo censo, previsto para 2020, as questões demográficas da população LGBTI e especialmente trans.

Semana de  Visibilidade Trans

Com o tema Resistir para Existir: Transicionando Privações Sociais, começou ontem a V Semana Estadual de Visibilidade Trans. O evento acontece até o dia 31. Veja mais ao lado.

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