Ministério Público interdita matadouros ilegais no interior do Maranhão
Abates irregulares, manejo impróprio do produto no chão, falta de equipamento de proteção e até acesso de cachorros perto da carne são alguns dos problemas relatados
Sete abatedouros do município de Buriticupu, a 400 km de São Luis, foram alvo de Ação Civil Pública (ACP) do Ministério Público do Maranhão (MPMA). Os estabelecimentos foram considerados clandestinos por apresentarem inúmeras irregularidades que comprometem a qualidade da carne vendida ao consumidor, levando à interdição, por medida liminar, das atividades.
Segundo dados da Vigilância Sanitária Municipal e relatórios da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged), os matadouros não atendiam as condições mínimas para funcionamento. Abates eram feitos em currais anexos, sem infraestrutura adequada, sobre piso acimentado e sem teto. Os animais eram cortados no chão e os abates realizados em local único, o que possibilita a contaminação por cruzamento de tipos diferentes de carne.
Nos abatedouros, foi identificado também a falta da utilização de equipamento de proteção por parte dos funcionários. Em alguns locais foi registrado trabalho infantil e o livre acesso de cachorros à área de corte dos bois.
“Os requeridos praticam atividade de matadouro clandestino, quando diariamente abatem animais bovinos, inclusive de procedência duvidosa e ilícita, sem qualquer fiscalização sanitária e de higiene, comercializando carnes para açougues, que por sua vez vendem para a população”, destacou o autor da ACP e promotor de justiça José Orlando Silva Filho.
A ação do MPMA prevê, como medida liminar, que os proprietários parem de realizar procedimento de abate, assim como manipulação, depósito e venda. Se a decisão for desrespeitada, estarão sujeito a multa de R$ 500 por dia.
Os donos dos sete estabelecimentos que foram acionados pelo MPMA são: Ivanildo Cardoso Lima, Maria de Fátima Oliveira Silva, Raimundo Batista de Oliveira, José Airton Lopes, Jucilene Silva Rodrigues, Domingos Sampaio Monteiro e Fausto Ferreira da Silva.