JANEIRO ROXO

Governo alerta para diagnóstico e tratamento da Hanseníase

A Campanha Janeiro Roxo conta com programação do dia 15 ao dia 26 deste mês, destacando importância do diagnóstico precoce e o enfrentamento do estigma da doença

Reprodução

Manchas brancas ou avermelhadas na pele com perda de sensibilidade são sinais da hanseníase, doença crônica, infectocontagiosa que atinge a pele e os nervos periféricos. Para alertar a população da importância do diagnóstico precoce da hanseníase, o enfrentamento do estigma e da discriminação, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realiza, neste mês, o Janeiro Roxo, diversas ações de promoção e prevenção à doença.

A partir desta segunda-feira (15) até o dia 26 de janeiro, o Hospital Aquiles Lisboa – referência no tratamento da hanseníase da rede estadual de saúde – realizará programação voltada para ações preventivas. “O objetivo é alertar a sociedade para os sinais e sintomas da hanseníase e incentivar a procura pelos serviços de saúde; mobilizar os profissionais de saúde quanto à busca ativa de casos novos e exame de contatos, visando interromper a cadeia de transmissão de forma precoce e oportuna”, explicou o diretor da unidade de saúde, Raul Fagner da Silva.

No Hospital Aquiles Lisboa, 203 pacientes foram diagnosticados com hanseníase em 2017, 34 casos a mais se comparado com o ano anterior. Carlos foi um dos casos confirmados. Aos 30 anos, o paciente recebeu o diagnóstico positivo para a doença.

“Quando descobri que eu tinha a doença, fiquei muito abatido. Descobri as informações sobre a hanseníase durante as ações do ano passado. É preciso ter muita força para superar os problemas do corpo e da mente, mas eu vim buscar tratamento e, hoje, estou curado”, relembrou o paciente que ainda lida com as reações da doença.

Para a coordenadora do Programa de Dermatologia do Hospital Aquiles Lisboa, Priscila Martins, o caso de Carlos reflete a importância das ações informativas realizadas ao longo dos anos. “As campanhas ajudam na conscientização da população que passa a buscar os serviços de saúde. Com mais informação sobre os sintomas e sobre o tratamento e o que é a hanseníase, as pessoas começam a procurar pelo serviço oferecido, o que nos faz diagnosticar mais casos”.

Casos registrados

De acordo com o Departamento Estadual de Epidemiologia, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), somente em 2016, foram registrados 3.247 casos da doença. Destes, 314 em menores de 15 anos. Em 2017, com as ações de mobilização, 2.900 pacientes procuraram unidades de saúde para a realização dos exames.

“Após a busca ativa sempre há identificação de novos casos. Com as abordagens queremos que as pessoas despertem para a observação da pele, pois a partir da existência de algo diferente já fica o alerta. A conscientização é a melhor forma de mostrar que a doença existe, e apesar de ter diminuído o índice de 74 para 47 casos a cada 100 mil habitantes nos últimos dez anos, a taxa ainda é considerada endêmica no Maranhão”, explica a chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Léa Márcia Melo da Costa.

No Hospital Aquiles Lisboa, 203 pacientes realizam tratamento especificamente da hanseníase. Além da unidade, os pacientes podem buscar tratamento nas unidades básicas de saúde, e os casos mais sérios são direcionados aos centros de referência, como Hospital Aquiles Lisboa e o Centro de Saúde Genésio Rêgo, ambos do Estado.

Sobre a hanseníase

A doença infectocontagiosa é causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, e que, se tratada, tem cura. A transmissão se dá pelas secreções das vias aéreas superiores e por gotículas de saliva. Embora seja uma doença basicamente cutânea, pode afetar os nervos periféricos, os olhos e, eventualmente, alguns outros órgãos.

Os principais sintomas são as manchas espalhadas pelo corpo. Outros sintomas são comprometimento dos nervos periféricos e aparecimento de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos.

O tratamento da hanseníase é feito por via oral, com poliquioterapia (PQT), um coquetel de antibióticos, fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde nas Unidades Básicas de Saúde sob a supervisão de médicos ou enfermeiros.

Programação do janeiro roxo
Terça-feira (16)
Palestra: Aspectos Históricos da Hanseníase e HAL
Local: Ambulatório do Hospital Aquiles Lisboa
Horário: 7h30 e 14h
Pintura em tela (Grupo de Autocuidados)
Local: Internação do Hospital Aquiles Lisboa
Horário: 9h

Quarta-feira (17)
Palestra: Aspectos Clínicos da hanseníase (mitos e verdades)
Local: CRAS da Vila Nova
Horário: 8h

Quinta-feira (18)
Palestra: Aspectos Clínicos da hanseníase (mitos e verdades)
Local: Ambulatório do Hospital Aquiles Lisboa
Horário: 7h30 e 14h

Sexta-feira (19)
Panfletagem
Local: Entrada do Anjo da Guarda
Horário: 7h30

Dia 22
Palestra: Direitos e Deveres Sociais das pessoas atingidas pela hanseníase
Local: Ambulatório do Hospital Aquiles Lisboa
Horário: 7h30 e 14h

Dia 23
Pintura em tela (Grupo de Autocuidados)
Local: Auditório Darcy Vargas
Horário: 9h

Dia 25
Ação social
Local: Associação Comunitária do Itaqui-Bacanga (ACIB)
Horário: 15h

Dia 26
Cineminha
Local: Auditório Darcy Vargas
Horário: 15h

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