Raiva sem controle?

Síndrome do Hulk: cuidado com o estresse e raiva excessivos

Você se estressa com muita facilidade e explode de raiva? Saiba que perder o controle dos impulsos é uma doença, apelidada de Síndrome do Hulk

Reprodução

Com sobrecarga de trabalho e com muitas ocupações, cada vez mais trabalhadores têm sido expostos ao chamado mal do século: o estresse. Pra vencer as batalhas diárias, tentam parecer super-heróis, com metas, planos, corridas contra o relógio e pouco tempo para si. Mas tem um super-herói que, quando evocado, causa estragos na vida pessoal e nas relações sociais de quem se deixa abater pela doença já apelidada de síndrome do Hulk.
A síndrome do Hulk, também conhecida como Transtorno Explosivo Intermitente – TEI, é caracterizada pela explosão momentânea de raiva que alguns indivíduos sofrem sem que exista um motivo real. A psicóloga Sarah Lopes, do Hapvida Saúde, explica que a explosão e o excesso de raiva desproporcional causam a perda de controle dos impulsos agressivos, que podem ser desde a fala até a ação.

Sinais

A identificação se dá especificamente por meio de uma avaliação clínica, sendo que os sintomas da síndrome do Hulk não devem estar associados a nenhum outro transtorno mental, como depressão ou pânico. “Nessas duas situações, o que se vê mais comumente é uma sensibilidade aguçada e, no caso da síndrome do Hulk, o sujeito fica irritado com mais facilidade”, diferencia a especialista.
Ao ser eliminada a possibilidade de outro transtorno, a síndrome do Hulk pode ser identificada como um transtorno de adaptação. A psicóloga também revela que, a partir dos 6 anos de idade, a pessoa já tem condições neurológicas de controlar os impulsos. Por isso, a partir dessa fase já é possível identificar a existência da síndrome, com base na avaliação dos impulsos agressivos.

Episódios de agressividade podem trazer sérios prejuízos

Os episódios de agressividade podem trazer sérios prejuízos pessoais e profissionais. “O profissional pode até ser muito bom no que faz, mas possui dificuldade em lidar com situações adversas e, consequentemente, explode com as pessoas, o que tende a afastá-lo do convívio social e a distanciar as amizades”, alerta a psicóloga Sarah Lopes. Com essas dificuldades interpessoais, essas pessoas podem responder a processos trabalhistas ou criminais, no caso de alguém se sentir humilhado, ameaçado, por exemplo. Por isso tudo, a família é fundamental, para tentar mostrar ao indivíduo que sofre com a síndrome as atitudes inadequadas. “Tentar controlar essa situação sem ajuda profissional não adianta, pode até agravar o excesso de raiva”, salienta a especialista.
O tratamento existe e se dá, basicamente, com o controle dos impulsos agressivos, o que se pode fazer tanto com administração de medicamentos quanto com terapia associada. “O importante é que o indivíduo perceba que ele não pode levar a vida com esses acessos de descontrole emocional”, conclui.

Curiosidade

Um estudo realizado por neurocientistas da Universidade de Chicago mostra que indivíduos que costumam ter ataques de raiva apresentam uma redução no volume de massa cinzenta de uma área específica do cérebro associada às emoções. Vários trabalhos já demonstraram que a região límbica frontal exerce um papel importante para o comportamento agressivo. Tanto que essa área também é conhecida como “cérebro emocional”.

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