Alerta no Carnaval
É importante brincar a folia momesca com segurança e prevenção
Beijar realmente é ótimo, inclusive, um beijo “bem dado” pode até ajudar a queimar, em média, 12 calorias. Agora, se esse beijo for se repetindo a cada minuto durante o seu carnaval, será que tem algum risco? Por incrível que pareça, beijar também tem suas desvantagens, infelizmente.
Algumas doenças são transmitidas justamente pela boca e saliva, portanto, as chances de quem beija muito – e muitas pessoas diferentes – ser infectado é maior. Por outro lado, nenhuma dessas doenças é grave, então se tranquilize se você seguiu a regra da música da Banda Cheiro de Amor: “Vou beijar um, dois, três, hoje eu já beijei, vou beijar mais uma vez”.
Segundo a maranhense Carla Santos, de 23 anos, ela tem um cuidado especial quanto a isso. “Eu já viajei a carnavais nos interiores do Maranhão e hoje estou no meu segundo carnaval em Salvador, confesso que é meio difícil, porque os blocos são mais cheios na Bahia, mas atenção precisa ser redobrada para aqueles que são mais atirados. Algumas
amigas levam ao bloco o Listerine, porque nos dá até uma sensação mais tranquila. Também fazemos uma rápida análise na boca dos rapazes”, brinca a universitária.
A doença mais comum é a mononucleose, conhecida como “doença do beijo”, ela é causada pelo vírus Epstein-Baar, que se aloja na região da amígdala. Os principais sintomas, segundo a infectologista Eliane Tiemi Iokote, podem ser confundidos com os de uma virose qualquer, pois são febre alta, dor de garganta, de cabeça, dores musculares e ínguas. A professora da Universidade Federal do Maranhão e infectologista, Dra. Ana Saldanha, conta ainda que algumas pessoas infectadas podem apresentar vermelhidão pelo corpo, semelhante ao que ocorre no sarampo e na rubéola, e icterícia (cor amarela da pele e do branco dos olhos).
“A mononucleose não é uma doença que dura apenas dois ou três dias, às vezes, o paciente pode sentir os sintomas por até três semanas, fica “derrubado”, mais cansado, e precisa descansar, pois o vírus também se aloja em algumas células do fígado e do baço, que é considerado um órgão frágil. Se a pessoa melhora um pouco e já quer praticar atividade física, por exemplo, ela pode bater o corpo em algum lugar e romper o baço”, diz a professora.
A infectologista afirma que esse rompimento é raro, mas, por conta disso, tornam-se necessários pelo menos 15 dias
para a pessoa poder voltar às atividades normais, como trabalhar. O importante é ter um tratamento adequado e cuidar dos sintomas, ou seja, se o paciente está com dor no corpo, tomará um analgésico e assim por diante. “Este vírus se ‘desativa’ sozinho, pois, a partir do momento que o corpo o adquire, ele nunca mais sai do organismo. As
vezes seguintes que o vírus for ativado, os sintomas serão mais brandos”, afirma.
Ana reconhece que deixar de beijar não é uma opção, mas diminuir a quantidade de parceiros pode ser uma boa maneira de terminar o carnaval sem ficar contaminado. “Quando o folião reduz o número de parceiros, estatisticamente a chance de se pegar o vírus da mononucleose é menor. Outra opção é fazer um exame de sangue para descobrir se já teve este vírus, pois, caso já tenha tido, não é possível ser contaminado novamente”, afirma.
Herpes
Já a herpes simples, outra doença que pode ser transmitida pelo beijo, pode ter os sintomas visíveis. Veja se o(a) parceiro(a) está com uma lesão ativa (bolhas pequenas e doloridas na região dos lábios). Dessa forma, fica mais simples evitar o contágio, mesmo que ele/ela seja um(a) gato(a), a recomendação é deixar para lá e buscar outro(a) na folia.
Infelizmente, esta atitude não garante que você não será contaminado pelo vírus, que é da mesma família da mononucleose, pois a transmissão ocorre mesmo quando o “portador” não está com nenhuma lesão aparente. A maioria das pessoas já teve contato com o vírus, mesmo que ele nunca tenha se manifestado. “Mais de 96% das pessoas têm sorologia positiva para herpes, pois em algum momento já teve contato com o vírus, no entanto, não se sabe o porquê às vezes ele se manifesta em algumas pessoas e não em outras”, diz Ana Saldanha.
O principal sintoma da doença é a lesão nos lábios, mas também é possível ter dores no local e um pouco de febre. O tratamento é simples: uma pomada ou um comprimido receitado pelo médico, que faz o diagnóstico clinicamente – não é necessário fazer nenhum tipo de exame, basta que o profissional observe a ferida.
Situações mais raras
Já a herpes simples, outra doença que pode ser transmitida pelo beijo, pode ter os sintomas visíveis. Veja se o(a) parceiro(a) está com uma lesão ativa (bolhas pequenas e doloridas na região dos lábios). Dessa forma, fica mais simples evitar o contágio, mesmo que ele/ela seja um(a) gato(a), a recomendação é deixar para lá e buscar outro(a) na folia.
Infelizmente, esta atitude não garante que você não será contaminado pelo vírus, que é da mesma família da mononucleose, pois a transmissão ocorre mesmo quando o “portador” não está com nenhuma lesão aparente. A maioria das pessoas já teve contato com o vírus, mesmo que ele nunca tenha se manifestado. “Mais de 96% das pessoas têm sorologia positiva para herpes, pois em algum momento já teve contato com o vírus, no entanto, não se sabe o porquê às vezes ele se manifesta em algumas pessoas e não em outras”, diz Ana Saldanha.
O principal sintoma da doença é a lesão nos lábios, mas também é possível ter dores no local e um pouco de febre. O tratamento é simples: uma pomada ou um comprimido receitado pelo médico, que faz o diagnóstico clinicamente – não é necessário fazer nenhum tipo de exame, basta que o profissional observe a ferida. Existem algumas outras doenças que também podem ser transmitidas pela saliva, mas em situações mais excepcionais, dentre elas, a sífilis, uma DST (Doença Sexualmente Transmissível).
“Uma pessoa portadora da bactéria pode ter uma lesão na boca não dolorosa e eliminar a bactéria pela região. Caso ela beije algum parceiro, ele pode ficar infectado. Claro que essa situação é mais rara do que a mononucleose e a herpes, mas também pode acontecer”, diz a especialista.
Uma outra doença que também pode ser transmitida pela boca é a gripe, mas para isso é preciso que a pessoa que você beijou esteja incubando a doença para que ela possa ser transmissível. “A questão da sazonalidade dessa doença também diminui as chances de ela ser transmitida durante o carnaval. É que normalmente a incidência da gripe começa no fim de maio até setembro”, afirma a professora da UFMA.