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Saiba como se prevenir do Aedes aegypti

Especialista esclarece os principais cuidados

Reprodução

O mosquito Aedes aegypti tem sido considerado como uma séria ameaça à saúde pública, no Brasil, decorrente de sua larga distribuição pelo ambiente e de seu po­tencial de transmissão de quatro doenças determinantes de graves complicações e sequelas e, até mesmo, de morte: den­gue, zika, chikungunya e febre amarela. Os sintomas dessas doenças virais são se­melhantes, manifestando-se frequente­mente com febre, dores pelo corpo, ver­melhidão (exantema) e coceira na pele.

A pediatra Mônica Gama, especia­lista em doenças infectocontagiosas, explica as principais diferenças dessas doenças causadas por meio do mosqui­to. “É preciso entender que uma pessoa diagnosticada com dengue costuma ter febre acima de 38°C, e dura de 4 a 7 dias; as manchas na pele a partir do 4º dia co­meçam aparecer, estando presente em até 50% dos casos (quando associada, a coceira é leve)”, comenta.

Dengue

É importante lembrar que, uma pessoa com dengue ela chega a ter sangramentos e frequentemente aparecem dor de cabeça, dor atrás dos olhos e dores musculares de média intensidade. “As dores articulares, quando aparecem, são leves (raramente com edema articular), podem aparecer vômitos, o acometimento neurológico e a conjuntivite são raros. Depois do desaparecimento da febre (entre o 3º e 7º dia), o paciente pode evoluir para forma grave da doença, cuja principal complicação será a desidratação grave, que ocorre sem o paciente perceber – por isso, beber bastante líquido é funda­mental! Importante ficar atento aos sinais de alerta nesse período: dor abdominal, vômitos, sangramentos, irritabilidade ou letargia, acúmulo de líquidos (ascite, derrames), hipotensão postural, fígado maior que 2cm e aumento de hematócrito”, esclarece a especialista.

Zica

Outro caso que tornou-se, infelizmente comum é a zika. Com ela, o paciente costuma evoluir sem febre ou febre baixa por 1 a 2 dias. “As manchas na pele aparecem em mais de 90% dos casos e logo no 1º ou 2º dia, com coceira de moderada a intensa em até 90% dos casos, os olhos ficam vermelhos sem secreção. Frequen­temente os gânglios aumentam, podem aparecer leves dores de cabeça, dores musculares e/ou articulares (com edema articular leve); não há ocorrência de sangramentos”, explica Mônica Gama.

É bom lembrar que o acometimento neurológico é mais frequente, sendo as principais complicações a paralisia facial e a Síndrome de Guillain-Barré. Nas gestantes, existe o risco de seu bebê apresentar defeitos congênitos como microcefalia e déficits auditivos e visuais.

Como se proteger dessas doenças?

Combatendo o mosquito que coloca seus ovos em recipientes com água parada – mes­mo em pequena quantidade! E esse combate ao mosquito é responsabilidade de toda a população, pois os criadouros do mosqui­to estão nos domicílios, e não somente nas áreas públicas. Por isso, deve-se checar, após cada chuva, o acúmulo de água em calhas, ralos, depressões no piso, plantas, vasos – tudo que estiver com água parada pode ser potencial criadouro do mosquito e deve ser eliminado do ambiente.

Para se proteger do mosquito, pode-se lançar mão dos repelentes e inseticidas. Qual­quer repelente aprovado pela Anvisa ajuda na prevenção às picadas dos insetos, mas se deve estar atento ao tempo de perma­nência na pele, observando sempre o que recomenda o fabricante no rótulo. Os três produtos ativos em repelentes mais comuns e seguros são Icaridina, DEET, IR 3535. Usar roupas que diminuam a exposição da pele, mosquiteiros e telas nas janelas e portas são medidas adicionais para reduzir a presen­ça dos mosquitos nos ambientes fechados.

Destaca-se que, para a febre amarela, a principal forma de proteção é manter a va­cinação em dia. “O Maranhão tem área de transmissão silvestre da febre amarela, por­tanto, todos devem ter registrada a aplica­ção de duas doses da vacina contra o vírus da febre amarela para garantir a imuniza­ção. Essa vacina é segura, garante 90% de proteção e está disponível no serviço pú­blico de saúde. No caso da dengue, apenas nos serviços privados é possível encontrar a vacina contra o vírus da dengue. Essa vacina garante cerca de 65% de proteção, sendo in­dicada apenas para pessoas de 9 a 45 anos”, alerta a especilista.

Proteja-se e ajude no combate a esse mosquito envolvido diretamente na trans­missão de doenças com potencial elevado de gravidade e complicações!

Chikungunya

O mosquito também pode ser o causador da chikungunya. Nes­ses casos, a febre é alta e dura de 2 a 3 dias. “As manchas na pele aparecem em 50% dos casos entre o 2º e 5º dia (pode vir acompa­nhada de coceira leve). As dores musculares podem aparecer, mas o que mais se destaca é a presença da dor articular intensa com edema articular, além da hipertrofia ganglionar. Podem aparecer dor de cabeça, sangramento e conjuntivite. Sua principal compli­cação é a persistência da dor articular que pode impedir o retorno às atividades por longo período, sendo necessária a intervenção medicamentosa em alguns casos”, adianta a pediatra.

Febre amarela

Aos que não conhecem, a febre amarela é de transmissão res­trita ao ambiente silvestre por outros vetores. Porém, sua transmis­são em zona urbana pelo Aedes aegypti é preocupante, pois, apesar de não ser bom transmissor, é reconhecido seu potencial de risco, principalmente em regiões próximas às áreas endêmicas com bai­xa cobertura vacinal. “Os sintomas se manifestam com febre alta acompanhada de calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos que duram de 3 a 6 dias. Na forma grave (que é mais rara e aparece após breve período de melhora), o paciente pode evoluir com insuficiência hepática e/ou renal, apresentando icterícia (olhos e pele amarelados), e manifestações hemorrágicas intensas”, avisa Mônica Gama.

Conheça as principais características do mosquito:

  • Eles picam mais durante o dia e nas pernas e pés
  • Calor entre 28ºC e 30ºC e chuva são a combinação perfeita pra ele
  • As larvas gostam de ambientes escuros
  • É a fêmea que pica, porque se alimenta de sangue; o macho se alimenta de seiva
  • O mosquito está constantemente se adaptando aos hábitos humanos para sobreviver, podendo picar também durante a noite
  • A fêmea, ao contrário dos pernilongos, coloca os ovos em pontos diferentes, espalhando todos os ovos no raio de até 300 metros
  • O Aedes aegypti pode se alimentar de uma quantidade de sangue até três vezes maior que seu peso; é como se uma pessoas de 50kg comesse, por dia, até 150kg
  • Substâncias anestésicas e anticoagulantes fazem com que o mosquito seja capaz de picar o ser humano sem que ele perceba
  • A fêmea voa para se alimentar ou colocar ovos; fora isso, fica parada economizando energia
  • A fêmea tem que ser muito corajosa e audaciosa para picar o homem; é como se o homem quisesse enfrentar alguém do tamanho do Pão de Açúcar, por exemplo
  • O mosquito não sente cheiro, mas identifica odores por meio de duas antenas; a combinação de gás carbônico e ácido láctico, presentes no chulé, pode atrair o inseto
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