Lula recebe alta hospitalar após cirurgia e faz pronunciamento em coletiva de imprensa
“Isso aqui não é uma entrevista, é apenas uma sessão de agradecimento”, disse Lula ao chegar à sala onde era concedida a entrevista aos jornalistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu alta hospitalar neste domingo (15), após se recuperar de uma cirurgia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A equipe médica informou que o pós-operatório transcorreu conforme o esperado, mas que Lula ainda precisará de repouso e cuidados médicos nos próximos dias.
De acordo com os médicos, o presidente não pode realizar atividades físicas ou viagens internacionais no momento. A previsão é que ele retorne a Brasília na próxima quinta-feira (19), onde fará uma tomografia de controle para monitorar a cicatrização interna. Durante esse período, ele está autorizado a receber visitas, realizar reuniões e continuar atividades de trabalho moderadas, desde que respeite as orientações médicas.
A equipe médica destacou que a evolução de Lula é positiva, mas a recuperação completa demandará acompanhamento nas próximas semanas, incluindo exames regulares e repouso. O retorno às atividades em Brasília será gradual e monitorado.
Agradecimento na coletiva
O presidente Lula surpreendeu e apareceu no meio da entrevista coletiva marcada para o fim da manhã deste domingo (15) para atualizar sobre seu estado de saúde. O médico pessoal do presidente, Kalil Filho, havia acabado de anunciar que Lula estava de alta hospitalar.
Assista à entrevista completa:
“Isso aqui não é uma entrevista, é apenas uma sessão de agradecimento”, disse Lula ao chegar à sala onde era concedida a entrevista aos jornalistas. Acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, o presidente usava um chapéu para, segundo explicou, esconder o curativo que o cirurgião havia acaba de colocar na região onde foi operado, na cabeça.
Lula começou sua fala agradecendo a Deus pela vida, e relembrou, além do problema do saúde, do dia em que, por uma pane, o avião em que viajava precisou sobrevoar o México em círculos por horas antes de pousar em segurança.
Ele explicou também, para fim dos questionamentos, a dinâmica do acidente doméstico que culminou, um mês depois, na hemorragia na cabeça. “Eu não estava cortando a unha do pé, eu estava cortando a unha da mão!”, disse, em tom descontraído. Segundo Lula, ele já estava guardando um estojo com os itens que usava quando o desequilíbrio ocorreu, seguido da queda. “Bati com cabeça na hidromassagem, e fez um estrago razoável”, relembrou.
À época, Lula fez exames e precisou de vários pontos na cabeça. Dado o impacto da batida, o presidente foi orientado a acionar os médicos se sentisse qualquer dor de cabeça, mas admitiu, hoje, que não seguiu à risca a orientação.
Na segunda-feira passada, sentiu o que descreveu como uma leve dor de cabeça no fim do dia, mas relacionou o mal-estar ao excesso de exposição ao sol. “Eu achei que não estava com dor de cabeça, porque tomei sol. Achei que o problema fosse o sol”, relatou.
No dia seguinte, acordou com sintomas estranhos, como olhos vermelhos e muito sono. “Toda hora eu abria a boca”, disse. No fim do dia, então, indicou a Janja que queria ir ao hospital. “Quando eu fui para o médico seis horas da tarde, viram a tomografia em São Paulo e ficaram assustados e pediram para eu vir urgente”, explicou.
Lula contou que ficou assustado com a situação, pois pensou que estava curado da queda. “Confesso a vocês que fiquei um pouco assustado pelo volume de líquido que estava na minha cabeça”, afirmou. Emocionado, agradeceu a Deus, a Janja, aos enfermeiros, médicos e outros profissionais que o acompanharam nos últimos dias.
“Estou voltando para casa agora tranuuilo, certo de que estou curado e de que preciso me cuidar”, disse o presidente, que ficará em São Paulo até quinta-feira. “Não posso fazer esteira na velocidade de atleta, porque eu não sou atleta. Mas eu posso voltar a trabalhar normal”, ponderou.
O presidente também confirmou que passará Natal e ano-novo em casa. “Eu sou muito disciplinado, sei me cuidar muito bem. Nunca penso que vou morrer, mas tenho medo”, garantiu, e emendou: “Vocês sabem que eu reivindico o direito de viver 120 anos”.
* Fonte: Correio Braziliense