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Lula lança Aliança Global contra a Fome e Pobreza no G20

O presidente informou que a Aliança Global já possui a participação de 81 países, 26 organizações internacionais, 9 entidades financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais.

Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (18), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, deu início à Cúpula do G20 com o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Durante o seu discurso, ele lembrou que 733 milhões de pessoas sofrem de fome globalmente, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).

“É como se as populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome. São mulheres, homens e crianças, cujo direito à vida e à educação, ao desenvolvimento e à alimentação são diariamente violados. Em um mundo que produz quase 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível. Em um mundo cujos gastos militares chegam a 2,4 trilhões de dólares, isso é inaceitável”, iniciou o presidente.

“A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. Como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, ‘a fome é a expressão biológica dos males sociais’. É produto de decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade. O G20 representa 85% dos US$ 110 trilhões do PIB mundial. Também responde por 75% dos US$ 32 trilhões do comércio de bens e serviços e dois terços dos 8 bilhões de habitantes do planeta. Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, acrescentou.

O líder do PT também argumentou que essa foi a razão para priorizar o combate à fome e à pobreza, que são também os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 e 2 da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). “Esse será o nosso maior legado”, afirmou acerca da presidência do Brasil no G20.

Lula, então, contou a experiência no Brasil. “Com a participação ativa da sociedade civil, concebemos e implementamos programas de inclusão social, de fomento da agricultura familiar e da segurança alimentar e nutricional, como o nosso Bolsa Família e o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Conseguimos sair do Mapa da Fome da FAO em 2014, para o qual voltamos em 2022, em um contexto de desarticulação do Estado de bem-estar social”, disse.

“Foi com tristeza que, ao voltar ao governo, encontrei um país com 33 milhões de pessoas famintas. Em um ano e 11 meses, o retorno desses programas já retirou mais de 24, 5 milhões de pessoas da extrema pobreza. Até 2026, novamente sairemos do Mapa da Fome”, emendou.

Discussão com os países da Aliança Global

No evento, o presidente informou que a Aliança Global já possui a participação de 81 países, 26 organizações internacionais, 9 entidades financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não governamentais.

Na manhã de hoje, os líderes políticos debaterão sobre esse assunto. Mais nações têm a possibilidade de anunciar a integração à Aliança, recém-criada e com termos de adesão e ações estabelecidos. Também deve ser discutida a taxação dos super-ricos, uma das estratégias usadas para financiar a iniciativa global.

A discussão continua à tarde, focando na reforma da governança mundial, particularmente no Conselho de Segurança da ONU, que não conta com uma representação permanente de nações do Sul Global.

* Fonte: Correio Braziliense

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