O ex-deputado federal Gil Cutrim (Republicanos) é o mais novo diretor da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Ele vai assumir a área de Estratégias e Finanças.

O posto não existia até a semana passada, quando foi criado, via Medida Provisória, para, supostamente, comportar novos aliados do Governo Lula, advindos, em sua maioria, de partidos do chamado Centrão e que, antes, eram aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O número de cargos de diretoria de áreas específicas na Codevasf eram três. Agora, passam a cinco. É o que os especialistas em política chamam de “busca pela governabilidade”.

A indicação marca um novo movimento político de Lula. O atual presidente tenta levar o Republicanos para a base de apoio a projetos-chave do seu governo – o que, para muita gente, é considerado como uma vitória do governo, uma vez que consegue atrair um dos partidos que estava forte na base de Bolsonaro.

A indicação de Gil Cutrim para a Codevasf foi obra de nomes que estão em grande proximidade com a base governista. O primeiro deles, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que é do Republicanos, tendo sido o primeiro da legenda a “abraçar” o governo petista. O outro nome é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), de quem Gil Cutrim é muito próximo.

Apesar desse apoio crucial para a escolha do seu nome, Gil Cutrim desembarca no Governo Lula com o histórico de um grande defensor e aliado de Jair Bolsonaro. Ele, que havia sido eleito em 2018 para a Câmara dos Deputados pelo PDT, acabou saindo do partido por defender pautas do Governo Bolsonaro. Foi, então, para o Republicanos, por onde concorreu à reeleição, mas não logrou êxito.

A coligação majoritária em que o partido de Gil estava era encabeçada pelo seu antigo partido, o PDT, que teve como candidato, o senador Weverton Rocha. A chapa tinha, ainda, PTB e PL, partidos aliados de Bolsonaro, o que exemplifica ainda mais a afinidade de Cutrim com o bolsonarismo. Ele, inclusive, fez campanha aberta ao ex-presidente. Resta saber como a base do Governo Lula, especialmente no Maranhão, vai receber o novo integrante.