VIAGEM DIPLOMÁTICA

Brandão, Eliziane e Macedo estão na comitiva de Lula à China

O presidente Lula incluiu em sua comitiva à China, no dia 26, três maranhenses: o governador Carlos Brandão, a senadora Eliziane Gama e do deputado Fábio Macedo.

(Foto: Reprodução/Marcelo Camargo)

O governador Carlos Brandão já foi cinco vezes à China tratar de acordos empresariais e participar de feiras internacionais com empresários maranhenses, antes e depois de ser eleito vice-governador do Maranhão. Agora ele vai compor a comitiva do presidente Lula ao país asiático, no próximo dia 26. 

Também foram convidados, os governadores petistas Ermano de Freitas, do Ceará e Jerônimo Rodrigues, da Bahia. Na pasta de Brandão ele leva os projetos que encaminhou aos investidores chineses e outros recentes, de seu governo. A comitiva presidencial é recorde, com 200 empresários – a maioria do Agro –, 34 deputados federais, entre eles, os presidentes da Câmara, Arthur Lira e o líder do PSD, deputado Fábio Macedo (MA), líder do Podemos.

Do Senado, Lula convocou o presidente Rodrigo Pacheco (PSD) e a maranhense Eliziane Gama, do Cidadania, apoiadora de Lula desde a campanha eleitoral, assim como aliada de Flávio Dino desde a presença dele no governo e continuou com Carlos Brandão depois de empossado. O vice-governador Felipe Camarão (PT) assumirá o governo do Maranhão, enquanto durar a viagem de Brandão.

Os irmãos Batista

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, executivos do grupo J&F, que controla a JBS, gigante internacional do agro, integrarão a comitiva presidencial. Ambos assinaram um acordo de delação premiada durante a operação Lava-jato.

No total são mais de 80 empresários, a maioria do agronegócio. Segundo o ministério de Relações Exteriores, os empresários convidados pelo governo Lula vão arcar por conta própria com os custos da viagem e não viajarão no avião presidencial.

Pivô da crise do governo do então presidente Michel Temer, Joesley Batista ficou nacionalmente conhecido em 2017 por ter gravado o político supostamente concordando para a compra do silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha foi preso na operação Lava Jato. Após as investigações e de ter revelado um forte esquema de corrupção e de pagamento de propina para políticos, Joesley e Wesley chegaram a ser preso também pela Operação Lava-Jato. Eles assinaram um acordo delação premiada. 

Empresários brasileiros de vários setores produtivos deflagraram uma corrida por uma vaga na comitiva da viagem à China. Além de deixar para trás um período de ruídos diplomáticos, que caracterizou a relação entre os dois países durante a gestão de Jair Bolsonaro, a visita do petista Luiz Inácio Lula da Silva atende a convite do presidente Xi Jinping, na qual ele pretende dar impulso a uma série de negócios em 20 acordos bilaterais. A China é desde 2009 o principal parceiro comercial do Brasil.

Agen­da re­for­ça­da

O secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Eduardo Paes Saboia, confirmou as datas da visita de Estado do presidente Lula à China. A agenda oficial ocorrerá entre 26 e 31 de março, incluindo um seminário empresarial, e uma visita a Xangai. Lula vai comandar uma comitiva recorde de 240 empresários, sendo 90 representantes do agronegócio, 24 deputados e 6 senadores, além de governadores e ministros.

Trata-se da terceira visita de Estado do Presidente Lula à China, após aquelas realizadas em 2004 e 2009. No dia 28, será a agenda oficial de reuniões de Lula com o presidente Xi Jinping, o primeiro-ministro Li Qiang, e o presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji. Pelo menos 20 acordos devem ser celebrados nas áreas de agronegócio, ciência e tecnologia, comércio, educação e cultura.

No dia 29, será realizado um seminário empresarial em Pequim. No dia 30, Lula irá a Xangai, onde visitará a sede do Novo Banco de Desenvolvimento. Na noite deste dia, ele retorna ao Brasil.

Conversa entre líderes

Saboia confirmou que as articulações por um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia serão pauta das conversas entre Lula e o presidente Xi Jinping. Saboia observou que Lula tem reforçado em declarações a importância de se falar sobre paz mundial, e lembrou que a China apresentou uma proposta de acordo neste sentido para encerrar a guerra na Ucrânia. Além disso, Xi Jinping vai a Moscou nas próximas semanas. “Esses elementos criam uma massa crítica para uma boa conversa entre os líderes”, afirmou.

O embaixador negou que a visita de Lula à China, logo após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, implique algum mal estar diplomático. “Não há desconforto diplomático, Lula foi aos Estados Unidos, outros líderes irão à China”, observou. “É natural, visitas e contatos entre os líderes ajudam a melhorar as coisas”, completou.

Serão abordados temas pauta bilateral, como comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudança climática e paz e segurança mundial. A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil e um dos principais destinos de investimentos chineses. Em 2022, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões. Os países comemorarão 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas em 2024.

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