MULHER NA POLÍTICA

Única maranhense na disputa do Senado se prepara para as próximas eleições

Segundo o levantamento da Tenda das Candidatas, as mulheres são apenas 15% do Congresso.

Antônia Cariongo, candidata do Senado no Maranhão. (Foto: Vanessa Nicolav/De Olho nos Ruralistas)

A maranhense em destaque é a quilombola Antônia Cariongo. A coragem de encarar uma campanha de senadora nasceu da luta diária e aumentou depois que ela conheceu A Tenda das Candidatas, um projeto social pioneiro no Brasil e que orienta mulheres que sonham com uma carreira política.

O suporte do projeto tem como objetivo aumentar a representatividade de mulheres nos cargos executivos e no parlamento, assim como, colocar a equidade de gênero em foco. Mesmo em 2022, Antônia surgiu como o único nome feminino na disputa pelo Senado no Maranhão.

Apesar dos 34.294 votos, ela não foi eleita, mas é a quantidade já é vista como um grande avanço e ganhou atenção do projeto d’A Tenda das Candidatas também neste período pós-eleições.

Antônia é uma das participantes da formação às mulheres, sobretudo, negras, quilombolas e LGBTQI, que não conquistaram uma cadeira nas últimas eleições, mas que pretendem se fortalecer para futuras candidaturas.

Militante do movimento negro, defensora dos direitos humanos, das mulheres e do meio ambiente, ela realiza trabalhos sociais nas comunidades quilombolas do estado. “Ajudo nos levantamentos históricos das comunidades, buscando a certificação delas como quilombolas, entrando com pedido de regularização fundiária dos territórios, fazendo denúncias de violação dos direitos humanos e em diversas questões que amparam a causa”, detalha.

Permitir que candidatas mulheres ressignifiquem o termo “derrota nas urnas” é um dos principais desafios dos encontros semanais promovidos pelo projeto. “O período eleitoral é uma maratona para todas as pessoas, um processo que esgota as energias de várias formas”, explica Hannah Maruci, doutoranda e mestra em Ciência Política na Universidade de São Paulo e uma das fundadoras d’A Tenda das Candidatas.

Hannah conta que, embora A Tenda das Candidatas ofereça desde 2020 atendimento às mulheres que disputam uma vaga na política, é a primeira vez que o projeto trabalha o pós-eleições. Nessa edição especial da formação, foram selecionadas 17 mulheres, para que cada uma tivesse também uma consultoria personalizada.

As consultorias abrangem desde questões práticas (como auxílio para a prestação de contas da campanha) até situações mais complexas, como o apoio psicológico para vítimas de violências sofridas durante a disputa.

Conta Desigual – Além da formação de mulheres para a política, A Tenda das Candidatas atua na divulgação de estudos e análises sobre as desigualdades nas eleições, como fez na recente campanha “A conta não fecha”, quando denunciou o subfinanciamento e a sub-representação de gênero e raça nos cargos do Legislativo e Executivo brasileiros.

Segundo o levantamento, mulheres somam 53% do número de eleitores no Brasil, mas são apenas 15% do Congresso, ou 15 mulheres num universo de 81 senadores. No caso das mulheres negras, elas representam 2,5% das cadeiras na Câmara dos Deputados e, no Senado, ocupam só duas das 54 vagas da atual legislatura.

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