CPI DOS COMBUSTÍVEIS

Redução do ICMS não garante redução de preço na bomba, diz sindicato dos donos de postos

Duarte credita os êxitos na obtenção de informações que fundamentam as investigações à união e técnica

Reprodução

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Combustíveis, em sessão extraordinária, iniciou nesta quarta-feira (19), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), uma nova etapa das investigações, a qual consiste em ouvir atores da cadeia produtiva.

Com acesso a um rol de informações e documentos, sendo alguns ainda sigilosos, em 60 dias de investigações, essa foi a primeira oitiva realizada pela Comissão, que recebeu, na condição de convidados, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (Sindcombustíveis), Leopoldo Santos; e o auditor da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) Felipe Caldeira.

O auditor da Sefaz realizou uma exposição técnica relatando vários detalhes sobre como é composto o preço do combustível, além da incidência dos impostos que norteiam os aumentos para o consumidor. “Todo ICMS é recolhido na saída da refinaria feito com base em um preço médio”, explicou Caldeira.

Ele também esclareceu que o Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) – que serve como base de cálculo para efeito de tributação do ICMS – praticado no Maranhão é o quinto mais barato do Brasil, sendo o segundo mais barato da região Nordeste, atrás apenas da Bahia. As informações demonstram que o valor das tributações não são fatores primordiais para o aumento dos preços.

Demora para a prática de reduções

O presidente Duarte exemplificou casos de postos da Grande Ilha que apresentam demora para repassar o reajuste quando é para menos, mas sem acontecer o mesmo quando o reajuste é para mais. O presidente do Sindcombustíveis, Leopoldo Santos, argumentou que há vários fatores que definem o valor final do combustível, como impostos estadual e federal, adição de 27% de etanol, além do frete para a distribuição.

Ele ainda atribuiu à “dinâmica do mercado” e ao princípio da livre concorrência para fazer reajustes antecipados. E afirma que baixar o preço das alíquotas não resulta necessariamente em menor preço no produto final.

“É uma questão minha, política comercial. Eu decido o que vou fazer com a minha mercadoria.”

“O preço não é tabelado, o mercado é livre. Quando o ICMS é reduzido, e não tem aumento desde 2019, ajuda a baixar o preço do combustível, mas, por exemplo, se o preço do barril disparar, acaba compensando”, complementou. O presidente Duarte considerou positivo o primeiro momento de oitivas. Ele disse ter contraposto informações documentais, fruto de quebra de sigilo fiscal de empresas, com os relatos feitos pelo revendedor e presidente do Sindcombustíveis.

O presidente Duarte considerou positivo o primeiro momento de oitivas. Ele disse ter contraposto informações documentais, fruto de quebra de sigilo fiscal de empresas, com os relatos feitos pelo revendedor e presidente do Sindcombustíveis.

“Nós mostramos no documento que os postos aumentam o valor muitas vezes antes do reajuste autorizado pela Petrobras e repassam logo ao consumidor, mas quando é pra reduzir, essa redução não é realizada, e quando é, demora, e não na proporção que a Petrobras anuncia, ou seja, geralmente em um percentual menor”, afirmou.

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