ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Eleições 22: A esquerda no “centro” da disputa

O texto pedetista sobre a “tragédia econômica” é do pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes

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Adisputa presidencial de 2022 pelo flanco da esquerda tem lances que escapam à percepção de a maioria da população. No mesmo dia 05 (terça-feira) em que o sítio do PDT na internet publicou um texto analisando como a crise fez o Brasil despencar seis posições no ranking das maiores economias do mundo nos últimos dez anos e creditando essa “realidade progressiva às gestões de Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro”, o senador Weverton Rocha, líder da legenda trabalhista jantou em Brasília com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bancada petista e a presidente nacional da lenda Gleise Hoffmann.

O texto pedetista sobre a “tragédia econômica” é do pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes. Faz parte de uma série de manifestações em vídeos elaborados pelo PDT para divulgação nas redes sociais. Trata-se de novo episódio da campanha de comunicação do partido em que contextualiza o cenário a partir da regressão da produção nacional. Usando como exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB), constata que o tombo, em 2020, foi de 4,1%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Frente anti-Bolsonaro

Por sua vez, em seu Twitter, Weverton Rocha informou, nesta quarta-feira, sobre jantar com Lula, que está costurando uma frente cuja meta “é derrotar Jair Bolsonaro”, segundo explicou ontem, o presidente regional do PT no Maranhão, Augusto Lobato. Já no Maranhão, afirma que o partido está alinhado com o governo Flávio Dino, com o qual mantém uma posição de confiança. Porém, sobre o cenário de 2022, Lobato assegura que a seccional está aguardando orientação da direção nacional.

Para os petistas comentais de terça-feira, Lula escancarou as portas do PT para o parlamentar maranhense, caso a legenda pedetista não o apoie numa eventual candidatura ao governo do Maranhão em 2022. A agenda do ex-presidente em Brasília faz parte uma de série de encontros com lideranças para estreitar articulações e afinar alianças para as próximas eleições. Lula já convidou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) a se filiar ao PT e, possivelmente, disputar o governo do Espírito Santo. Ontem, ele teve encontro com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e nesta quinta-feira (6), Lula será recebido por Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na presidência do Senado.

O senador Weverton Rocha, líder da legenda trabalhista jantou em Brasília com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bancada petista e a presidente nacional da lenda Gleise Hoffmann.

Dialogar é preciso

A BANCADA PETISTA E A PRESIDENTE NACIONAL DA LEGENDA, GLEISE HOFFMANN, O PRESIDENTE LULA E SENADOR WEVERTON ROCHA

Weverton Rocha escreveu em sua rede social o seguinte: “Conversei com o presidente Lula sobre o futuro do nosso país e do Maranhão e sobre as jornadas que nos uniram no passado. O jantar foi a convite do senador Paulo Rocha, líder do PT no Senado, com a bancada do PT, além de Fernando Haddad e a presidente nacional Cleise Hoffmann”. Essa movimentação não deixa dúvida de que Lula tenta uma aproximação real com o PDT, embora sabendo da posição de Ciro Gomes sobre a disputa de 2022 e do presidente nacional, Carlos Lupi. Ele vem reafirmando nos últimos dias que “é zero a chance de o PDT não ter Ciro Gomes como candidato ao Palácio do Planalto”.

Porém, o líder pedetista Weverton Rocha, um político de larga visão da realidade estadual e nacional, prega que “o diálogo ainda é o melhor caminho para se vencer esse momento difícil que o país está vivendo”. É por isso que o PT de Lula reúne os senadores Humberto Costa, Paulo Prates e Jacques Wagner pra trocar ideias com Weverton, nome mais influente no PDT, depois de Carlos Lupi. Com esse espírito centrado na máxima do “dialogar é preciso”, que Weverton topou, há duas semanas, participar de um encontro no Palácio dos Leões com o governador Flávio Dino e o vice Carlos Brandao, hoje presidente do PSDB estadual.

Dialogar é a mesma bandeira de Brandão nas conversas que tem tido com Augusto Lobão e também com a experiência petista chamada “coletivo do PT”, eleito em 2020 na Câmara de Vereadores de São Luís, com o qual se reuniu na segunda-feira passada. O vice-governador, segundo fontes do Palácio dos Leões, é o nome preferido de Flávio Dino na conjuntura de disputar a reeleição em 2022 e tentar manter a bancada dos 16 partidos que permanecerem na aliança de 2018. Augusto Lobato afirma que o PT “tem uma simpatia por Brandão”, graças a sua capacidade de articular, ouvir e a lealdade dele ao Flávio Dino.

Metralhadora giratória

Porém, o ex-ministro da Fazenda, Ciro Gomes, usado dados atuais em sua série de pronunciamentos na Internet sobre a realidade brasileira. Afinal, ele fala com conhecimento de causa. Em setembro 1994, assumiu o Ministério da Fazenda, substituindo Rubens Ricupero, flagrado confidenciando detalhes considerados impróprios sobre sua conduta à frente da pasta, ao jornalista Carlos Monforte, no episódio que ficou conhecido como o “Escândalo da parabólica”.

Como pré-candidato presidencial, não abre mão de sua metralhadora giratória, com a qual não mede distância nem titubeia nos seus ataques. “O Brasil era a sexta maior economia do mundo. Com Dilma, virou a nona. Com Bolsonaro, a décima segunda. Precisa dizer mais?”, questionou, para completar: “Vamos mudar isso?”. Sua postura é de ser a alternativa para superar a desindustrialização, a estagnação dos setores produtivos e a alteração do modelo econômico pelas premissas do Projeto Nacional de Desenvolvimento (PND).

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